Transformação digital: 3 pilares para o CIO se preparar
Matéria com entrevista de André Ribeiro, Consultor de Carreira Sênior da Produtive, publicada no IT Fórum:
POR HEWLETT PACKARD ENTERPRISE
Conhecer a infraestrutura e as demandas de todas as áreas, saber quais soluções são mais estratégicas para a empresa e criar parceria com as áreas de negócios são pontos essenciais
Até 2020, os gastos com iniciativas de transformação digital vão atingir US$ 22 bilhões, mais do que o dobro do valor de 2016. É o que aponta levantamento feito pela consultoria IDC. Segundo o estudo, as iniciativas giram em torno de ações para criar vantagem competitiva por meio de novas ofertas, modelos de negócios e relacionamentos. Ou seja, não se trata apenas da adoção de tecnologias e, sim, de novas maneiras de trabalhar e direcionar o crescimento das empresas. Esse cenário dá destaque ao trabalho do CIO. “Com a tecnologia como base da mudança, o profissional de TI tem a oportunidade de ser, realmente, estratégico na companhia, sendo o condutor de toda a transformação”, diz André Ribeiro, consultor de carreira sênior da Produtive.
Para isso, o profissional deve acrescentar em suas competências a visão de negócios – interna e externa -, para conseguir organizar informações que o ajudem na transformação da companhia; e a capacidade de liderar. “Ele deve ser um líder aberto, que escuta o time e não toma decisões apenas baseadas em seu ponto de vista”, afirma Ribeiro. Isso porque, de acordo com ele, ouvir diferentes pessoas e pesquisar o que outras companhias estão fazendo são aspectos essenciais em um processo de mudança. Veja a seguir, três pilares que o CIO deve trabalhar – e desenvolver – para conduzir a empresa ao futuro digital:
• 1. Autoconhecimento
O primeiro passo para qualquer mudança é saber se está preparado para ela. “O executivo deve fazer uma análise crítica para identificar se possui as competências necessárias para conduzir a transformação”, diz Ribeiro. Segundo ele, as habilidades estão baseadas em três pontos: processos, pessoas e negócios. Se de um lado o CIO deve conhecer a infraestrutura e as demandas de todas as áreas, de outro precisa saber quais soluções são mais estratégicas para o negócio e de que forma isso impacta na competitividade da empresa e na rotina dos funcionários. Com essa análise, ele deve desenvolver as habilidades que ainda não possui – o que pode ser feito por meio de treinamentos ou com a ajuda de um coaching. Esse processo costuma demorar por volta de seis meses.
• 2. Pesquisa externa
É preciso conhecer – e entender – todas as soluções, mesmo as que não serão implementadas de imediato: como funcionam, o que oferecem, vantagens e desvantagens, custos e casos de companhias que já usam. “Nessa etapa a troca de experiência é fundamental. Vale entrar em grupos de discussão, pesquisar casos de sucesso fora do Brasil e conversar com executivos de companhias do mesmo ramo”, aconselha Ribeiro. Segundo ele, outra alternativa eficaz é contar com o apoio de um mentor, profissional mais experiente que serve como um guia. Uma pesquisa feita pelo RHR International, consultoria global de RH, mostra que 50% dos diretores se sentem sozinhos em seus cargos – desses, 60% acreditam que isso afeta seu desempenho e, consequentemente, o da empresa.
• 3. Mapeamento cultural e de pessoas
Feito isso, é preciso mapear a cultura atual da empresa em termos de aplicação de soluções, como é a equipe de TI, se os profissionais estão prontos ou se será preciso mudar algo, e as necessidades do negócio e dos clientes para saber o que, de fato, deve ser feito e em qual prazo. “Ainda é comum companhias realizarem investimentos em tecnologias que não são importantes para o momento atual. O CIO não pode ter pressa e implementar soluções apenas por estarem em destaque, sem nenhuma análise”, ressalta Ribeiro. Diante disso, é essencial que os CIOs se aproximem dos demais departamentos para propor soluções de modernização e nortear a companhia rumo à transformação digital. Isso contempla aspectos que estão diretamente ligados ao suporte das áreas de negócios.
“O CIO precisa ser um líder colaborativo para construir parcerias internas e, assim, as mudanças acontecerem”, completa.