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Como aumentar as chances de sua mensagem no LinkedIn ser lida

Estabelecer um canal de comunicação, em vez de escrever um monólogo, é uma das estratégias para ter sucesso. Confira as orientações dos especialistas para aumentar a assertividade da sua comunicação com os profissionais das empresas que você admira.

O Brasil é um dos países que mais enviam mensagens pelo Linkedln, ao lado de Reino Unido, Estados Unidos e Índia. É o que afirma Milton Beck, diretor geral da empresa para a América Latina. E o volume não para de crescer. A rede registrou aumento de 27% em relação ao ano passado. O InMail, que permite entrar em contato direto com pessoas que não fazem parte da sua rede, é uma ferramenta bastante explorada.

A estimativa global é que mais de 195 mil recrutadores enviem InMaiIs toda semana. Mas esse dado não é sinônimo de assertividade, nem de conseguir fazer uma conexão se transformar rapidamente em uma oportunidade de trabalho.

Alguns cuidados e condutas podem colaborar para que suas mensagens sejam lidas e realmente chamem a atenção dos recrutadores e gestores relacionados às vagas. Veja as dicas dos especialistas:

1. Aposte em textos curtos
Se você não conhece a pessoa, é preciso cumprimentar, se apresentar e então abordar o assunto, mas tudo isso em poucas linhas, afinal, quanto maior o texto, menor a chance de ser lido integralmente.

“A mensagem deve ser pessoal e direta, mas tem que fazer sentido e ser customizada. Se parecer que é algo genérico, mandado da mesma forma para diversas pessoas, a tendência de ser respondida é menor”, afirma Beck.

Ele explica que a maioria dos recrutadores tem versões corporativas do Linkedln para recrutamento, com visibilidade total da rede, sem necessidade de conexões. Também é preciso atenção à linguagem, que deve ser semelhante a de uma conversa presencial, evitando gírias e abreviações, sobretudo se o setor e a empresa forem mais tradicionais.

“A rede é um facilitador de aproximação de contato, mas o comportamento deve ser como numa conversa presencial. Você não começa falando que quer trabalhar na empresa”, afirma Adriana Gomes, coordenadora nacional da área de carreiras da ESPM.

2. Dê um contexto
Sem deixar a objetividade de lado, contextualizar o motivo do contato pode favorecer o retorno. “Ao se interessar por uma vaga e saber quem é o recrutador, o candidato pode dizer a ele: ‘Não nos conhecemos, vi que você tem uma vaga. Eu me candidatei e estou mandando este InMail porque acredito que você receba uma grande quantidade de aplicações e gostaria de reforçar que acho que me destaco pelos motivos X e Y'”, exemplifica Beck.

Se houver interesse apenas na conexão naquele momento, a apresentação pode ser sucedida pela informação de que viu no perfil dessa pessoa que ela faz trabalhos para determinado projeto ou que gostou de determinados assuntos que também são de seu interesse, sugere Francis Nakada, consultor sênior de carreiras da Produtive. E não esqueça: as informações apresentadas precisam ter relevância.

3. Busque outros perfis além do RH
É preciso ser estratégico para fazer contatos no Linkedln. A dica de Nakada é identificar pessoas que trabalham na companhia desejada que possam ter interesse no seu perfil, mesmo que não seja do RH, setor que costuma ser bombardeado por mensagens. “Na mensagem, abra um canal de comunicação, em vez de escrever um monólogo, mandando um pacote de informações com tudo pronto”, diz.

É importante destacar os valores que você agregaria para a companhia, além de citar o setor e o gestor da área pretendida. Quando se trata de uma oportunidade de trabalho, também vale abordar o “dono da vaga”.

“O retorno costuma ser mais baixo com o RH do que com o dono da vaga”, afirma Nakada. E se for para solicitar uma recomendação, há outro cuidado essencial: nada de fazer o pedido para quem não conhece ou com quem nunca teve uma experiência profissional conjunta.

4. Respeite a privacidade
Olhar quem está por trás do recrutamento e enxergar um profissional que também tem inúmeros compromissos é uma lição de casa. Entenda que é preciso respeitar o tempo e a privacidade do outro. Se você mandou uma mensagem e não teve retorno, pode ser por excesso de atividades de quem a recebeu.

“Pode insistir mais uma vez, mas sem tom de cobrança. E jamais fique seguindo a pessoa em outras redes sociais com a intenção de ser lembrado”, diz Adriana, da ESPM.

A sugestão de Nakada é verificar no perfil se há um e-mail divulgado: “90% dos headhunters e recrutadores disponibilizam o e-mail corporativo”, afirma. Se houver, pode mandar uma mensagem por esse canal de comunicação. Caso também não obtenha retorno, é hora de mudar o interlocutor ou até mesmo buscar outros contatos e oportunidades.

Customizando o próprio trabalho

São muitos os estudos que mostram uma correlação direta entre satisfação e produtividade. A partir desta premissa, nasceu o conceito de job crafting, ferramenta que remete a ações que os trabalhadores realizam para ressignificar a própria carreira e para reorganizar as atividades para entregar melhores resultados. Confira o conteúdo que Rafael Souto, CEO da Produtive, preparou para a edição de outubro da Você S/A.

No novo mundo do trabalho, a satisfação está no centro das reflexões sobre a carreira. São fartos os estudos que mostram uma correlação direta entre satisfação e produtividade. A ciên­cia não deixa dúvidas: a felicidade é um fator preponderante para conquistar a alta performance.

Em 2001, duas pesquisadoras americanas, Amy Wrzesniewski e Jane Dutton, criaram o conceito de job crafting, cujo significado remete a ações que os trabalhadores realizam para ressignificar o próprio emprego. Ou seja, trata-se de um “artesanato” para melhorar as condições no escritório, tornando as atividades do dia a dia mais interessantes, os relacionamentos mais prolíferos e os resultados mais evidentes.

No fundo, o job crafting nada mais é do que um esforço para dar um significado ampliado ao trabalho — sem delegar essa responsabilidade exclusivamente à empresa.

Em um estudo a respeito de job crafting, feito com um grupo de pessoas em funções operacionais num hospital dos Estados Unidos, Amy e Jane mostraram as diferentes percepções que os indivíduos têm sobre suas funções. Enquanto alguns viam o trabalho como mero cumprimento de rotina, outros compreendiam que as atividades ali realizadas ajudavam as pessoas e melhoravam a vida dos pacientes. Esse segundo grupo foi capaz de ressignificar a atuação com o job crafting. O que as pesquisadoras concluíram a esse respeito? Que aqueles que conseguem dar um sentido à atuação são mais felizes e também mais produtivos.

Mais do que um artifício mental, o job crafting é a capacidade prática de reorganizar as atividades para entregar melhores resultados. Um dos dramas crescentes do universo corporativo é a necessidade de “fazer mais com menos”, o que gera sobrecarga de tarefas com escassez de recursos. E a customização do trabalho ajuda a construir alternativas para enfrentar esse tipo de adversidade. Quem busca significado no que faz pensa em diferentes maneiras de atuar, procura soluções para problemas e faz alianças para implementar suas ideias.

Quanto mais forte for essa habilidade, mais êxito o profissional terá em um futuro de incertezas e volatilidade. Isso porque a carreira contemporânea não é entendida como uma sequência linear de cargos, e sim como um conjunto de experiências significativas que se acumulam ao longo da vida.

Nessa nova dinâmica, a construção da jornada profissional estará nas mãos das pessoas, e não a cargo das companhias. Na era do protagonismo, o exercício permanente de buscar alternativas para melhorar o trabalho, a rotina e a motivação na realização de projetos fará toda a diferença para profissionais de todas a áreas.