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Home office: desafios de trabalhar em casa e dicas para ser produtivo

Nem todo mundo se adapta trabalhando em home office. Para que tem esta opção, mas está com dificuldades em fazer a própria gestão no ambiente familiar, veja as dicas do gerente da área de Mercado da Produtive, Fernando De Vincenzo, que foi entrevistado pelo UOL.


Testar a capacidade de autogestão é só o começo. Trabalhando de casa, pode ser bem complicado avaliar a própria performance, sem contar com feedbacks presenciais constantes, por exemplo. A seguir, quem já atua nesse modelo conta o que provoca insegurança e até infelicidade no dia a dia de trabalho. Eles garantem que a comodidade nem sempre compensa os riscos para a carreira. Na sequência, especialistas contam o que é preciso fazer para minimizar as chances de ficar estagnado ou de comprometer os resultados estabelecidos pela empresa.

Falta de visão estratégica

Trabalhando de casa, um dos desafios é manter uma visão geral do negócio, entender o que está rolando na empresa naquele momento para, a partir de dados objetivos, orientar as próprias tarefas e balizar o próprio desempenho, sem a necessidade de um chefe presente para fazer isso. A arquiteta Lilian F. Malta, 34 anos, conta que até tentou, mas não deu conta desse nível de responsabilidade: “Sempre achei que poderia tocar o barco “Sempre achei que poderia tocar o barco sozinha, sem um chefe presente, mas vi que quando as decisões estavam nas minhas mãos, me perdia por completo”. Ela sentiu falta de alguém direcionando e cobrando suas ações e, sem um norte, diminuiu muito a produtividade.

Dica do especialista: “Ao aceitar esse tipo de trabalho, o funcionário precisará pensar como um protagonista, tanto de resultado, quanto de performance, com autonomia e responsabilidade”, avisa Fernando De Vincenzo, gerente da área de Mercado da Produtive Carreira e Conexões. Assim, traçar seus próprios planos e metas, diariamente, é fundamental. Se necessário, vale alinhar com um superior as prioridades de atuação em um determinado período. Mas é interessante que a iniciativa de discutir seja sua.

Pouca troca

Não ter contato com pessoas com quem possa trocar ideias sobre o trabalho que está em andamento também pode ser um empecilho e tanto. “Não é que você não possa fazer isso usando a tecnologia, mas o feedback presencial parece mais rápido”, explica a gerente financeira Adriana Matos Medardoni Henriques, 49 anos, que está há dez meses em home office e confessa que ainda não se adaptou a trabalhar longe da equipe.

Dica do especialista: na realidade, mesmo em casa, é possível trocar ideias, referências e pedir feedback regularmente, é só uma questão de mudar a cabeça. Afinal, trocar arquivos e mensagens pelo WhatsApp leva só alguns segundos. Dar bom dia para a geral e perguntar como foi a noite anterior aos colegas mais próximos também é uma maneira de se manter integrado. Mas, além desse feed informal, é preciso combinar com a chefia alguns momentos para um retorno mais objetivo, em relação às suas entregas. “É preciso ter muito claro o combinado que a empresa estabeleceu e cuidar para que seja cumprido: seja conversar diariamente ou a cada dez dias”, diz De Vincenzo. Participar de reuniões e eventos presenciais, sempre que possível, também ajuda a manter o vínculo.

Baixo reconhecimento

Em home, a necessidade de mostrar resultado, para obter o reconhecimento esperado, pode se tornar uma verdadeira obsessão. Heloísa Kehrig, 46 anos, está há um mês no home office atuando como consultora e treinamento, vinculada a uma empresa de Brasília. Ela acha que, por estar distante, fica mais fácil passar batida pelo olhar da gestão. “Eu sempre fico com a sensação de que as pessoas pensam que não estou trabalhando e, para compensar, mando e-mails e mensagens frequentes”, afirma.

Dica de especialista: segundo De Vincenzo, não é preciso informar à chefia ou a equipe cada passo dado, na rotina do trabalho. Mas, ao final de cada tarefa, ou a cada entrega realizada, é preciso que toda a equipe envolvida seja notificada, inclusive o gestor. “Faça o seu trabalho corretamente e apresente resultado. Essa é a melhor forma de aparecer para o seu chefe”, garante.

Intervenções constantes

Quando a função exige contato frequente com clientes, a falta de um lugar adequado para atendê-los pode acabar arranhando a imagem do profissional. Essa é outra reclamação da Heloísa. “Se a gente usa uma área compartilhada para trabalhar fica bem complicado controlar os barulhos externos”, diz. Mesmo em um cômodo isolado e equipado, nem sempre é possível evitar uma interrupção súbita ou a passagem do som de outro ambiente, como o da máquina de lavar na área de serviço, por exemplo.

Pouco tempo livre

Pode parecer contraditório, mas a flexibilidade de horário também pode ser considerada uma desvantagem, porque toda hora é hora de trabalhar. Ou de aproveitar o lazer. A armadilha é não organizar o próprio tempo e não estabelecer limites entre uma coisa e outra. “Comecei a carregar meu notebook para todos os lados, sempre temendo que uma demanda urgente pudesse aparecer a qualquer momento. Recebia mensagens até de madrugada”, lembra Rafael Deusdará, 35 anos, publicitário.

Dica do especialista: para Dilma, é importante estabelecer horários não apenas para a produção intelectual, mas também para ligações, leitura de e-mails e de WhatsApp e, inclusive, deixar isso combinado com o gestor. Daí, ambas as partes precisam se comprometer com o que foi estabelecido e impor limites aos excessos. Vitor Mattoso, especialista em Liderança, Criatividade, Estratégia e Negócios, formado em Direito pela Faculdade Gama Filho (RJ), diz que é preciso fazer também alguns acordos consigo mesmo. “Não misture vida pessoal e trabalho. Estabeleça a regra de só se sentar na cadeira operativa do escritório para cuidar de assuntos profissionais, por exemplo”. Esses hábitos criados e mantidos ao longo do tempo vão ajudá-lo a manter o foco quando o momento é de se dedicar à carreira e a abrir a cabeça para as outras atividades quando o expediente já tiver acabado.

Estas carreiras ignoram desemprego, oferecem vagas e pagam até R$ 20 mil

Reportagem do UOL mostra as áreas mais promissoras do mercado de trabalho. Quem fala sobre o tema é o gerente de mercado da Produtive, Fernando De Vincenzo.

Em tempos de alto índice de desemprego, falar sobre boas vagas é, no mínimo, surpreendente. Mas elas existem, e as empresas dizem até ter dificuldade para preenchê-las. Segundo especialistas, áreas como tecnologia, venda e marketing, office support, técnica e financeira se mostram especialmente promissoras.

Para conseguir uma colocação, independentemente da formação, o candidato precisa investir na atualização constante, aconselham.

Na agroindústria, os produtores já usam drones para fiscalizar plantações, além de colheitadeiras com tecnologia embarcada, capazes de acompanhar a meteorologia.

O UOL convidou Fernando De Vincenzo, gerente de mercado da consultoria Produtive, e também o headhunter Renato Trindade, gerente da empresa de recrutamento Page Personnel para apontarem os cargos mais procurados no mercado atualmente.

Tecnologia

Cientista de dados – Esse profissional vai lidar com informação, big data e, especialmente, ter um olhar analítico sobre esse universo de dados. É uma profissão bem posicionada, inclusive internacionalmente. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Segurança cibernética – Além das inúmeras transações financeiras efetuadas virtualmente e, principalmente com criptomoedas, a segurança será cada vez mais imprescindível e, segundo Trindade, faltam profissionais para lidar com isso. Há possibilidade de desenvolver carreira internacional. Remuneração: de R$ 12 mil a R$ 20 mil.

Vendas e marketing

Sales e marketing – São postos de inteligência comercial e de mercado. “Esqueça o profissional de vendas que existiu até ontem. Daqui para frente, as empresas buscarão pessoas capazes de fazer análises profundas do mercado”, disse Trindade. Elas precisarão conhecer produtos, estratégias e a regulamentação; antecipar oportunidades, fazer análise de números, conhecer e acompanhar a movimentação de mercado em que atuam tanto nacional quanto globalmente. Remuneração: de R$ 4.000 a R$ 10 mil.

Office support

Assistente ou assessor(a) executivo(a) – Aquela secretária clássica, que controlava a agenda de compromissos do chefe, providenciava assinaturas e organizava o fluxo do escritório, dá lugar a este novo profissional. Seu papel é assessorar o executivo na tomada de decisões e desenhar a pauta da agenda. Deixa de ser o profissional operacional e torna-se estratégico. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Área técnica

Engenharia de segurança – Cresceu no mercado mundial –e por aqui não será diferente– a busca por profissionais especialistas em incêndios, desastres, acidentes e pânico. “As empresas olham para esse aspecto com especial atenção. Mas o conhecimento básico não será suficiente. Ele deverá se atualizar constantemente sobre novas possibilidades e riscos”, disse Trindade. Remuneração: de R$ 9.000 a R$ 15 mil.

Finanças e tributos

Finanças digitais – O tradicional consultor do mercado financeiro e de tributação não tem a rapidez e o conhecimento para atender às novas exigências, afirmou Trindade. A tecnologia impactou esse mercado, que introduz rapidamente inteligência artificial e recursos de computação para resolver questões. Tanto é que cresce o número de fintechs, disse. O mercado busca profissionais conectados às novas tecnologias. Remuneração: de R$ 10 mil a R$ 16 mil.

Perfil mais generalista, menos especialista

Para Fernando De Vincenzo, nas áreas estratégicas a partir do posto gerencial, os profissionais buscados pelo mercado serão mais generalistas, e não mais especialistas. Um diretor precisará conhecer e entender da área jurídica, de gestão de pessoas, de TI, do setor financeiro. Na prática, se antes havia oito diretores na empresa, agora serão cinco com valor agregado, disse ele.

Na indústria, o operário do chão de fábrica precisará fazer a leitura geral dos processos e entender como eles acontecem. O movimento da indústria 4.0, em que as máquinas e os equipamentosestão conectados, assim como todos os processos, exigirá profissionais que conheçam a tecnologia para se recolocar no mercado e deixar de atuar com o operacional repetitivo.