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Serviços de streaming estão contratando a todo vapor

O consultor sênior de carreira da Produtive, André Ribeiro, fala sobre as principais competências que as empresas buscam em profissionais de TI num mercado aquecido de serviços de streaming para a revista Você S/A.

 

Usar celular, tablet, notebook ou Smart TV para acessar vídeos, músicas e filmes, a qualquer hora, sem se prender a grades fixas de programação, já virou parte da rotina. Segundo uma pesquisa recente do Google, a quantidade média de horas que o brasileiro passa assistindo a vídeos por streaming semanalmente cresceu 90,1% nos últimos três anos — saltando de 8,1 horas em 2014 para 15,4 horas neste ano.

Só a Netflix, no país desde 2011, tem 6 milhões de assinantes e receita local de 1,2 bilhão de reais, segundo dados de consultorias de mercado. Isso são mais assinantes do que tem a TV paga Sky e um faturamento 30% maior que o do SBT, por exemplo. Paralelamente, o consumo de conteúdo nas TVs aberta e fechada caiu de 21,9 horas semanais para 22,6 horas no mesmo período, obrigando canais tradicionais, como Globo, SporTV, Fox, Multishow, HBO e ESPN, a se mexerem, criando os próprios serviços on demand.

Outro segmento que se rendeu ao streaming foi o da música. Segundo um estudo da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), mais da metade dos internautas brasileiros usou algum serviço desse tipo para ouvir canções em 2016. Entre os 13 maiores mercados globais de música, o Brasil está na quarta posição entre os principais consumidores de strea­ming, à frente de Estados Unidos, Japão, Reino Unido e França.

Com isso, o conteúdo online sob demanda vem se tornando um negócio com grande potencial de crescimento no país. De acordo com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), já há 44 companhias de streaming operando em solo nacional. Mas a penetração desses serviços é baixa: só 10% dos domicílios brasileiros têm usuários de pelo menos uma dessas plataformas. E é justamente nessa estimativa que mora o otimismo, afinal, ainda há muito espaço para crescer.

Esse cenário também favorece o mercado de trabalho. Embora Net­flix e Spotify, as duas maiores organizações do setor, façam segredo sobre o quadro de funcionários e as vagas abertas, sabe-se que nos dois as contratações estão a todo vapor. No LinkedIn, por exemplo, as duas companhias têm anunciado vagas para cargos executivos, gerenciais e operacionais.

Em geral, há três competências comuns procuradas para os postos: criatividade, pensamento estratégico e habilidades digitais. “As empresas do setor querem pessoas antenadas com a evolução de comportamento do cliente, dinâmicas e com capacidade de se adaptar e inovar”, diz André Ribeiro, da Produtive, consultoria de carreira de São Paulo. O conhecimento de idiomas, como inglês e espanhol, é um diferencial, uma vez que as negociações com fornecedores se dão dentro e fora do país — até a descrição dessas vagas costuma ser em inglês.

Carreiras técnicas, especialmente as ligadas a tecnologia, também estão em alta. Para desenvolver sistemas, colocar o conteúdo no formato adequado nas plataformas e atuar na gestão e na análise de tráfego dos dados, procuram-se profissionais de TI. Mas há uma peculiaridade. “Esse trabalhador precisa ter boa comunicação”, diz André. O perfil do nerd instrospectivo não tem chance, pois a rotina de trabalho é muito ágil e colaborativa.

Início de carreira

Entre as vagas mais anunciadas estão: analista de produto, analista e gerente de tráfego de dados, pesquisador de usuário, especialista em áudio e vídeo, designer de experiência do usuário, líder de programação e operador de streaming. Genis Fidélis, gerente especialista em varejo e digital da Michael Page, consultoria de recrutamento de São Paulo, afirma que o maior volume de cargos é para quem está no começo da carreira. “São estruturas que estão sendo montadas, então analistas e gerentes respondem pela maior parte das vagas. É uma boa oportunidade para quem está querendo mudar de emprego ou acabou de entrar no mercado de trabalho”, diz.

Esse é o caso do estudante de produção audiovisual paulistano Caio de Aquino Gallo, de 22 anos, social media do portal de streaming de vídeos Looke, o concorrente brasileiro da Netflix. Observando o crescimento do mercado de streaming, o jovem, que tem um canal sobre cinema no YouTube, enxergou uma oportunidade profissional. Em abril deste ano, depois de prospectar vagas em empresas do ramo, foi contratado para cuidar das redes sociais do Looke, que tem hoje cerca de 100 000 usuá­rios. “Faço em média 18 posts por semana nas redes sociais e analiso dados das publicações, direcionando-as para clientes em potencial”, diz. Segundo Caio, o trabalho exige conhecimento sobre cinema e artes em geral. “Assisto a pelo menos dez filmes por semana e estou sempre atualizado para contextualizar as publicações”, afirma.

Enquanto as grandes empresas do segmento mantêm sua estratégia trancada a sete chaves (nenhuma das líderes do segmento procuradas pela reportagem quis abrir dados locais), as menores partem para a briga dispostas a abocanhar pelo menos uma lasca desse mercado.

Segundo Luiz Guimarães, diretor de conteúdo e negócios do Looke, a plataforma busca ser um complemento ao Netflix, por exemplo. “Acreditamos que o consumidor pode ter mais de um serviço de streaming”, diz. Lançado em 2015, o Looke tem 12 000 vídeos no acervo e cobra preços que variam de 99 centavos a 26 reais, dependendo da opção do cliente, que pode escolher entre aluguel avulso ou assinatura mensal.

Com sede em São Paulo, a companhia emprega 20 colaboradores, mas a possibilidade de um aporte financeiro pode aumentar esse quadro. “Até agora crescemos de forma orgânica, mas estamos buscando investidores. Caso nosso plano se concretize, podemos dobrar a equipe e iniciar uma expansão para a América Latina”, diz o executivo. No radar, estão especialistas em tecnologia, mas também profissionais das áreas comercial e jurídica, para realizar as negociações com os grandes estúdios.

Em outras plataformas, o plano é investir em nichos específicos. A Univer Video, por exemplo, aposta no conteúdo gospel. A Oldflix, nos filmes antigos. Na ClapMe, o foco são shows. Apesar de ter uma estrutura bem mais robusta do que esses empreendimentos, o Watch ESPN, on demand da ESPN, também tem como tática oferecer conteúdo especializado. Com uma média de 600 vídeos incorporados por mês, os fãs de esportes podem acessar o conteúdo do canal quando querem. “Estamos vivendo uma mudança de hábito. Antes, você parava para ver TV. Agora ela precisa te acompanhar”, diz Marcello Zeni, vice-presidente de afiliadas da ESPN no Brasil. De acordo com o executivo, um conteúdo no Watch ESPN chega a ter audiência até 170% maior do que na TV tradicional. Para cuidar do streaming da emissora, 70 dos 500 funcionários do canal já se dedicam ao serviço.

Priscila Penha, de 37 anos, é uma dessas pessoas. Formada em relações públicas, ela foi contratada há três meses como supervisora digital no canal ESPN. Entre as atribuições do cargo, recém-criado, está centralizar as ações de mídias sociais da emissora e ajudar a alavancar o negócio de streaming no país. Antes desse emprego, Priscila havia trabalhado durante dez anos na Sky e em um projeto de digitalização da TV aberta, comandado pela startup Seja Digital. “Para entender o que oferecer aos assinantes, eu precisei mudar a rotina e hoje consumo muito mais esporte do que antes”, afirma.

Como se especializar

Por ser um segmento novo, ainda não há especializações focadas no negócio de streaming. Para se aprofundar no assunto, é preciso buscar experiência no próprio mercado. “Ninguém espera que o candidato chegue pronto, mas há fóruns, palestras e debates sobre o assunto que podem enriquecer a experiência”, diz Genis Fidélis, da Michael Page.

Da mesma forma que os profissionais não têm uma bibliografia acadêmica para ajudar na capacitação, as empresas também têm dificuldades para encontrar gente qualificada para atuar na área. “Precisamos garimpar. Há mais oportunidades do que mão de obra qualificada”, diz a executiva da Michael Page.

Para quem deseja trabalhar nesse novo (e promissor) universo do entretenimento, vale lembrar que Amazon Prime Video, HBO Go e Disney Now vão ampliar seus serviços de streaming no Brasil em 2018, o que pode gerar ainda mais oportunidades.   

A melhor hora para procurar emprego é quando se está empregado. Veja dicas

A gerente de mercado da Produtive, Tatiana Penteado, fala que o profissionalismo deve reger o processo de busca por oportunidades, especialmente quando ainda há um vínculo com outra empresa para o jornal Gazeta do Povo.

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O comodismo e a segurança fazem com que muitas pessoas só pensem em mudar de trabalho quando estão desempregadas. Porém, quem está desempregado pode acabar aceitando qualquer oferta apenas para garantir um salário que pague as contas no fim do mês.

Por isso, o ideal é atentar para a insatisfação ou a vontade de mudar de emprego justamente quando se está empregado, garante um dos diretores da Associação Brasileira de RH no Paraná (ABRH-PR) Adeildo Nascimento. “Você tem mais tempo para ver o que quer, sondar quais empresas seriam melhores”, opina.

Mas fazer isso sem queimar a sua imagem com o atual empregador ou com o mercado requer muito cuidado. Primeiro, você precisa ter certeza de que realmente quer sair daquela empresa e não está usando uma proposta apenas para negociar um aumento ou promoção, postura que é mal vista pelos recrutadores.

“Se você deu o seu ‘ok’ em outra oportunidade, vá para a outra oportunidade”, adverte a gerente de mercado da consultoria Produtive, Tatiana Penteado. “Ficar fazendo leilão faz você se queimar nos dois lados”.

A melhor opção é abusar da tranquilidade de não estar desempregado para pensar bastante sobre a decisão, pesar prós e contras do emprego atual, refletir sobre qual é o próximo passo que deseja dar e aonde quer chegar com ele. Definir a área e empresas em que gostaria de trabalhar também ajuda a tornar a busca mais assertiva.

Discrição e profissionalismo andam de mãos dadas

É essencial tratar todo o processo com ética e profissionalismo para não haver mal estar com a empresa atual ou com a possível contratante. Por exemplo, a estrutura do seu atual emprego não deve ser usada na procura por outras oportunidades. Ou seja, não use e-mail e telefone corporativos e não faça nada relativo ao processo de seleção no seu horário de trabalho. Redes sociais devem ser usadas com cautela, já que não apenas o que você posta e compartilha, mas também o que você curte aparece na linha do tempo dos amigos – e contatos profissionais.

Como não há urgência para encontrar um novo emprego, é possível planejar com calma cada etapa. Caso não seja possível agendar entrevistas em horário não comercial ou durante o horário do almoço, compense a ausência fazendo banco de horas e não deixe tarefas pendentes.

Também é possível pedir confidencialidade ao recrutador e que a entrevista seja feita em um lugar neutro. Afinal, empresas podem fazer contratações em sigilo e o mesmo vale para os trabalhadores.

“O candidato pode pedir para não ir até o escritório. Por exemplo: ‘Será que poderíamos tratar isso de forma confidencial e num local neutro?’”, sugere Nascimento. “É muito chato encontrar um conhecido, fornecedor ou cliente na sala de espera para uma entrevista. Uma situação como essa te expõe de uma maneira não muito legal”.

Existe, ainda, a opção de contratar uma consultoria de transição de carreira. O consultor auxiliará o profissional na hora de pesquisar vagas, encontrar uma nova colocação no mercado aperfeiçoando o currículo, ajudando a traçar um objetivo e fazendo contato com as empresas de interesse.

Por fim, uma vez que a contratação com a nova companhia esteja garantida, é preciso ser ético no pedido de demissão. “Antes de pedir demissão e dar o aceite na nova proposta, tente negociar o período de início na outra empresa para não que não seja imediato”, aconselha Tatiana Penteado. “É sempre válido sair deixando uma porta aberta”.

O diretor da ABRH-PR concorda: “A forma que você sai de uma empresa é muito mais importante do que como você entra em outra”. É importante não deixar pontas soltas, entregar todos os projetos e cumprir os objetivos devidos.

Na hora da conversa final com o gestor, caso haja espaço para um feedback, o profissional pode explicar porque decidiu fazer aquela mudança na carreira e por que outra empresa se encaixa melhor nas suas metas pessoais. Porém, caso contrário, não é necessário entrar em detalhes. “O profissional pode dizer apenas que uma oportunidade melhor surgiu”, diz Tatiana.

Acesse a matéria diretamente no site da Gazeta do Povo. 

O que esperar do mercado de trabalho no 2º semestre?

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Mercado vai, sim, melhorar, segundo a análise de Rafael Souto.

 

Expectativa é que o mercado de trabalho dê sinais de melhora no 2º semestre, segundo o CEO da Produtive. O executivo explica que profissionais devem ficar bem atentos a três aspectos quando forem analisar uma proposta de trabalho: a empresa, a função e a remuneração. Confira por que, em mais um dos vídeos de carreira.