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Para ser mentor é preciso ter escuta ativa e empatia

Para ser um mentor de startups não basta ter uma experiência como executivo ou empreendedor. É necessário desenvolver habilidades como empatia e escuta ativa e, claro, organizar o tempo para conciliar com a atividade profissional. “Se o mentor ouvir pela metade ou não prestar atenção, vai acabar sugerindo caminhos que não resolverão o problema do empreendedor”, observa Itali Collini, diretora de operações da aceleradora 500 Startups no Brasil. Apesar de parecer algo simples, desenvolver uma escuta ativa envolve bastante treino. “Precisa ter preparação para que, em uma hora consiga dar sugestões ou acolher.”

Normalmente, o mentor tem o papel de instigar os empreendedores a pensar em caminhos, segundo Luciana Padovez Cualheta, co-fundadora e diretora da escola Sempreende, que oferece mentoria a ex-alunos. Daí a importância da empatia, ou seja, de se colocar no lugar do outro, assim como a arte de fazer perguntas. Para ela, a função do mentor é ensinar a fazer, não entregar pronto. “O mentor está lidando com o sonho do empreendedor. É muita responsabilidade. Precisa ter cuidado para ouvir, entender o problema e dar conselhos que realmente vão contribuir”, diz.

Para Dani Junco, fundadora da B2Mamy, aceleradora que conecta mães empreendedoras ao ecossistema de inovação, é preciso “desromantizar” a figura do mentor. Segundo ela, trata-se de alguém com mais experiência, mas que não necessariamente sabe tudo. A plataforma da aceleradora conta com 43 mentores cadastrados – 70% são mulheres e 30%, homens. Metade vem do mundo corporativo e a outra metade é formada por empreendedores. “Estamos falando de mulheres na faixa de 30 anos para cima, e muitas precisam empreender por sobrevivência. Então, os mentores orientam não só sobre negócios, mas também habilidades comportamentais, como liderança e protagonismo”, diz.

Além do programa “Pulse”, que já acelerou 150 empresas, a B2Mamy realiza um evento gratuito mensalmente, com participação de mentores. Desde o ano passado, também é oferecida uma mentoria on-line paga. “Vamos lançar um espaço físico em São Paulo, no segundo semestre, onde as mulheres empreendedoras poderão achar um mentor”, conta.

Para o consultor Rafael Souto, sócio-fundador e CEO da Produtive, o mentor precisa se organizar em relação ao objetivo das sessões. Do contrário, o risco é ter conversas muito abertas, como um bate-papo de empreendedorismo. “Mentoria é um conjunto de sessões, com metodologia e foco definido”, explica. Segundo o especialista, a atuação como mentor é uma estratégia para que o profissional possa utilizar seu capital intelectual, com troca e atualização constantes, o que também enriquece a experiência. “Isso pode virar uma fonte alternativa de trabalho, como conselheiro de empresas”, exemplifica.

Também não é da noite para o dia que alguém se torna mentor de startups. Até porque o mercado corporativo e o ecossistema de startups têm velocidades diferentes, lembra Rafael Ribeiro, diretor-executivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). “Normalmente, o mentor é uma pessoa mais experiente. No entanto, a experiência dele se deu em um mundo muito diferente do que é hoje”, complementa Eduardo Shakir Carone, CEO da startup Atlas Governance e que já passou por 22 conselhos de administração.

Outro passo importante é participar de eventos da comunidade para entender como funciona o ecossistema empreendedor, recomenda Ribeiro. A indicação dos especialistas é procurar programas de aceleradoras e incubadoras, assim como cursos e palestras realizados em centros de empreendedorismo, como Cubo Itaú, inovabra habitat e Google for Startups Campus. A própria ABStartups reúne mais de 100 mentores, entre executivos, fundadores de startups, assim como profissionais de marketing, finanças, RH, design e outras áreas.

Para Herlon Oliveira, CEO da startup Agrusdata, a mentoria não é algo que se possa aprender ou praticar. “É algo sincero, real e que pode ser transmitido, mas precisa estar no mentor, senão vira capacitação”, considera. E isso envolve conhecimento empírico e empatia, segundo ele. “Mentoria é conexão: o conselho somente será levado em consideração pelo empreendedor se ele entender que existe essa conexão.”

CIO: saiba o que um mentor pode fazer por você

Marcia Oliveira, consultora sênior de carreira da Produtive, fala sobre como o processo de mentoring auxilia na tomada de decisões e na condução da transformação digital para o IT Fórum 365. 

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Dedicação ao trabalho e conhecimentos técnicos nem sempre são suficientes para uma carreira de sucesso em TI. No caminho rumo à transformação digital, as companhias precisam contar com um CIO que vá além do operacional e esteja alinhado com a estratégia do negócio e com os demais líderes da empresa. Para isso, o líder de tecnologia precisa se reinventar com a adição de habilidades como liderança, trabalho em equipe e visão global de mercado. Mas, como protagonizar essa mudança e dar outros rumos à carreira?

Entre as medidas possíveis está o processo de mentoring, espécie de tutoria na qual um profissional mais experiente orienta e compartilha conhecimentos para auxiliar nas decisões. Diferentemente do coaching, que atua no desenvolvimento comportamental e de habilidades e pode ser feito com uma pessoa que não atue na mesma área de quem passa pelo processo, no mentoring é essencial que o mentor tenha experiência no mesmo segmento do mentorado ou no setor que ele deseja se desenvolver. Os ensinamentos são direcionados para a carreira e apoiados nas principais dificuldades e barreiras que possam atrapalhar o sucesso dentro da empresa.

“O mentor funciona como um guia, pois é alguém que já viveu aquilo que o CIOl está passando”, explica Marcia Oliveira, consultora de carreira sênior da Produtive. Por exemplo, se o mentorado precisa entender melhor sobre gestão em cloud computing ou decidir se é o momento certo de iniciar um projeto para o varejo com o uso de Inteligência Artificial ou drones, o mentor vai mostrar como foi sua experiência, que tecnologias utilizou, quais foram os seus principais desafios, o que deu certo e o que não deu.

Como escolher

O primeiro passo para escolher um mentor é analisar o currículo do profissional e suas competências. É importante analisar se o mentor tem experiência na área em que o líder de TI quer se aperfeiçoar. Se o CIO busca desenvolvimento técnico, como conhecer as melhores ferramentas e tendências do setor, deve optar por um CIO mais experiente, mas se busca mentoria em gestão e negócios, deve procurar um presidente como mentor.

Ser perspicaz, bom ouvinte e acessível são outras qualidades que devem ser observadas. “O mentor precisa ser alguém disponível, que tenha paixão por ensinar e se comprometa com o processo, ressalta Marcia. Um bom mentor também precisa ter afinidade  com o mentorado. “Além das habilidades técnicas, é importante que os dois lados se dêem bem, já que o mentor fará parte do dia a dia e será um facilitador no desenvolvimento do CIO”, completa Marcia.

O segundo passo é saber se o profissional estudou mentoria, pois não basta ser muito experiente ou referência em um assunto, se ele não souber repassar seu conhecimento. Assim, é essencial que ele tenha metodologia e conte com um processo bem estruturado, que tenha começo, meio e fim com um objetivo bem definido.

Mas, para ter sucesso com a mentoria, explica Marcia, o CIO precisa entender que grande parte do trabalho é dele e que o mentor será apenas um estímulo. Como aprendiz, é importante ser capaz de avaliar objetivamente suas competências, bem como aceitar críticas.

Como lidar com um dilema profissional

O CEO da Produtive, Rafael Souto, participou de um dilema profissional que a publicitária Glaucia Santos estava passando e iniciou um projeto de mentoria em parceria com a revista Você S/A

Optar por uma profissão para o resto da vida é quase sempre uma escolha de Sofia. Tanto que mais da metade dos brasileiros com ensino superior não atua na área de formação, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) de 2013. O que faz um indivíduo deixar de lado a carreira que almejava quando ingressou na faculdade vai desde a mudança no mercado de trabalho até a desilusão com a realidade da ocupação. “As pessoas escolhem prematuramente e acabam não gostando do que fazem”, diz Tania Casado, professora e diretora no Escritório de Desenvolvimento de Carreira da Universidade de São Paulo.

O resultado é uma legião de desgostosos. Segundo uma pesquisa da Isma-Brasil, associação que visa combater o estresse, 72% dos profissionais estão infelizes no emprego. Tamanha infelicidade, já se sabe, leva a transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade e burnout (a maneira de o corpo dizer “basta”). “Além dos componentes individuais, excesso de pressão e cobrança, dificuldade em ver perspectiva de crescimento, qualidade da liderança e das relações interpessoais, e a incompatibilidade de valores, são alguns dos fatores que podem levar uma pessoa a esse esgotamento”, afirma Tania.

Foi isso o que aconteceu com Glaucia Santos, de 27 anos, de Barueri (SP). Formada em marketing, ao viver o dia a dia de uma agência de publicidade sentiu na pele a angústia da insatisfação com o trabalho, com o ambiente e até mesmo com alguns colegas. Como numa panela de pressão, a tensão acumulada a fez explodir. Acabou afastada um mês e meio por depressão — doença que será a mais incapacitante do mundo até 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde. Doente e frustrada com a área que considerava seu sonho, Glaucia tinha dúvida se deveria retomar a carreira. Nesse meio tempo, fez cursos de crochê e até de manicure; pensou em ­empreender (veja a história completa na pág. 53). Mas o fato é que ela não sabia exatamente o que buscar.

Tendo em mente histórias como a de Glaucia, VOCÊ S/A criou uma iniciativa para ajudar nos dilemas profissionais. A equipe da revista selecionou, entre 50 relatos, cinco pessoas para ser acompanhadas durante cinco meses por dois mentores: Fernando Mantovani, diretor-geral da empresa de recrutamento e seleção Robert Half, e Rafael Souto, CEO da consultoria Produtive. O resultado desse projeto você confere a seguir.

TENHO MAIS DE 40, E AGORA?

O dilema

Em 2016, dois anos depois de ser demitida da empresa do setor automotivo onde era gerente de vendas, Adriana Guidon, de 48 anos, decidiu parar de procurar emprego e se dedicar aos cuidados do pai doente e da filha pequena (hoje, com 7 anos). Neste ano, ela resolveu voltar ao mercado. De acordo com uma pesquisa da agência de empregos Catho, 28% das mulheres deixam de trabalhar para cuidar dos filhos e 21% delas só conseguem serviço depois de três anos. “Meu sonho é arrumar um trabalho, independentemente da área e do cargo”, diz.  “Sofro preconceito por ser mãe e ter mais de 40 anos. Já me aconselharam até a tirar do currículo minha idade e que eu tenho uma filha.”

O conselho

Adriana precisava suprir algumas deficiências do currículo, como saber inglês. “Na tentativa de trazer diferenciais competitivos, falar outra língua é muito relevante para se recolocar mais rápido”, afirma o mentor Fernando Mantovani, da Robert Half.

A solução

Adriana ainda não começou o curso. Mas, ao conversar com conhecidos, conseguiu uma entrevista de emprego; a jornada de trabalho, porém, era incompatível com sua rotina. “Nesse momento, o networking foi muito importante. Conhecer as pessoas certas me mostra que, independentemente
de ser mãe, continuo sendo uma boa profissional”, diz Adriana.

PLANO B, C, D OU E?

O dilema

Funcionária de um banco público há mais de 15 anos, Ellen Lopes, de 38 anos, assessora da área de fundos e programas governamentais, não tinha certeza se estava satisfeita com seus afazeres, se deveria empreender, ou mudar para a área de gestão de pessoas — que sempre a atraiu. Formada em administração, ela tinha várias ideias, mas nenhuma bem estruturada.

O conselho

Ellen desenhou uma escada orientada por Fernando Mantovani. Ao pensar nos cargos que queria ter durante a carreira, decidiu que nenhuma das opções eram interessantes. O que ela queria mesmo era migrar para o setor de inovação e estratégia — algo que, originalmente, estava no fim da lista de desejos. Mas, para conseguir mudar de área na empresa, ela precisa estar entre os 20 funcionários mais bem avaliados internamente. “Estou fazendo alguns cursos de inovação e aumentando meu networking com pessoas dentro do departamento para o qual quero ir”, afirma Ellen. Saiba mais: A Copastur te mostra como promover um bom networking em eventos Patrocinado

A solução

Fernando deu uma dica interessante: Ellen deve ficar de olho no programa de demissão voluntária do banco. Não para ela, mas para acompanhar quem deixa a empresa. “Às vezes, alguns profissionais da área que te interessa podem sair, abrindo oportunidades”, diz o mentor. Essa transição pode levar até seis meses, mas o perfil de Ellen e o desejo de aprender a colocam em destaque. “Todos nós, como empresas, queremos alguém que goste de trabalhar”, afirma Fernando.

CASO OU COMPRO UMA BIKE?

O dilema

Albert Liu, de 24 anos, se formou em economia pela Universidade de São Paulo, trabalhou na área de recursos humanos de uma fabricante de papel e celulose durante seis meses até que decidiu tirar um descanso sabático. Ele não sabia se deveria se especializar em gestão esportiva, investir nos estudos ou crescer na área de RH. As experiências profissionais de Albert eram curtas — em especial pela sensação de uma rotina cansativa que teve nos escritórios em que trabalhou. “Preciso de inovação o tempo todo”, afirma.

O conselho

Fernando orientou que Albert também desenhasse uma escada, apontando quais cargos ele desejaria ocupar a partir do momento profissional atual. Os degraus mostraram que investir na carreira de gestão esportiva em paralelo à de recursos humanos era a coisa certa a fazer. “Penso em migrar para a área de talentos ou mesmo me tornar um business partner. Ao mesmo tempo, quero ser voluntário em alguns clubes esportivos e seguir esse segundo sonho”, diz Albert.

A solução

O jovem começou a trabalhar em treinamento e desenvolvimento numa empresa de pagamentos eletrônicos. “Aprendi muito nos três meses que estou aqui. Quero ficar um tempo por sentir que é o lugar que me dá autonomia e responsabilidade”, diz Albert. O mentor Fernando lembra que a escada deve ser revisitada a cada seis meses. “Não se esqueça de seu planejamento de carreira”, diz.

NÃO CONSIGO EMPREGO

O dilema

Formada em administração de empresas e pós-gradua­da em recursos humanos, Valéria Gardini, de 41 anos, iniciou a carreira como recepcionista de uma empresa de seguros e depois migrou para o RH. Na metade de 2017, perdeu o emprego e até agora não conseguiu se recolocar. Sua dificuldade é chegar a analista sênior, já que, para alguns recrutadores, ela ainda não tem o perfil para essa posição.

O conselho

Um dos maiores problemas de Valéria era o currículo: longo e mal organizado, não representava a profissional. “Esse documento tem de ser um chamariz para a entrevista. Palavras como ‘inovação’ e ‘implementação’ chamam a atenção”, diz Fernando. Para se recolocar, o mentor sugeriu que ela atualizasse seu perfil no LinkedIn, investisse em cursos voltados para a área de gestão de pessoas e aprendesse outro idioma.

A solução

Janeiro e fevereiro foram meses complicados na busca de Valéria por um emprego novo — principalmente por causa do Carnaval — e nenhuma empresa retornou o contato. O momento do país ainda pede paciência. “Em média, uma pessoa leva de seis a 12 meses para se recolocar”, afirma Fernando. “E o começo do ano é o pior período para conseguir emprego”, diz. Em março, abril e maio as coisas começam a melhorar. Mesmo assim, Valéria continua tentando: está matriculada em dois cursos sobre remuneração e benefícios e numa escola de inglês.

MEU SONHO VIROU PESADELO

O dilema

Cursar propaganda na faculdade era a realização de um sonho para Glaucia Santos, de 27 anos, de Barueri (SP). Mas a realidade se mostrou amarga no primeiro emprego como assistente de marketing em um shopping. “Minha rotina era decepcionante.” Por isso, quando surgiu a chance de trabalhar com redes sociais, ela topou. Mas pensar em pautas e produzir conteúdo não era sua praia. Mais uma vez, Glaucia se demitiu e foi trabalhar com marketing político. Apesar do salário atraente, a experiência foi “um inferno”. Depois de três meses, retornou ao mercado publicitário. “Tive depressão e crises de ansiedade; fiquei um mês e meio afastada.” Ao voltar à rotina, Glaucia mudou de agência, mas não sabia se devia continuar no escritório ou empreender.

O conselho

Rafael Souto, CEO da Produtive, a fez refletir. “Será que sua dúvida e insatisfação estão ligadas à angústia em relação ao ambiente profissional que você não quer mais? Ou é uma incerteza em relação à área como um todo? Ou, ainda, é por querer ter o próprio negócio?”

A solução

Glaucia percebeu que seu nível de satisfação com o trabalho atual aumentou.
“É o tipo de empresa na qual sempre quis estar, pois há flexibilidade e preocupação com o bem-estar.” Ter um negócio próprio já não é mais um objetivo. A meta agora é crescer na companhia. “Além de realizar um bom trabalho, é preciso fazer contato com outras áreas para que elas saibam o que você está fazendo”, afirma Rafael.

As 5 queixas de carreira mais comuns (e dicas para enfrentá-las)

Para a edição de março da revista Você S/A, Rafael Souto fala sobre os cinco dilemas mais comuns dos profissionais.

 

1 DO OUTRO LADO DO MURO

“Depois de refletir sobre as motivações para mudar de área, a pessoa precisa construir um plano detalhado para realizar a troca de profissão.”

2 SER LÍDER OU NÃO, EIS A QUESTÃO

“Além de conhecer os planos da empresa, o profissional deve pensar em si mesmo. Uma boa dica é buscar o conselho do RH para entender seu potencial e como desenvolvê-lo.”

3 ALGO PARA CHAMAR DE MEU

“Ter algo próprio é o sonho de muitos indivíduos, mas só concluímos se devemos realmente empreender depois de pesquisar sobre o tipo de negócio. Se a ideia não está clara, a melhor opção é se manter empregado numa empresa.”

4 O CUSTO DA SAÚDE

“Vivemos num cenário em que temos mais responsabilidades, mas com equipes cada vez menores. Se o profissional almeja cargos seniores e não quer abrir mão de certa qualidade de vida, enxergo uma dificuldade em alcançar esse objetivo. Não estou defendendo essa prática, mas é algo comum no mundo corporativo”.

5 NÔMADE CORPORATIVO

“Muitas pessoas me perguntam se precisam mudar de cidade ou país para crescer na carreira. Sim, hoje em dia, o desenvolvimento profissional está associado à mobilidade, especialmente nas multinacionais – e é preciso estar aberto a isso.”