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CIO: você planeja sua carreira?

Planejar é uma tarefa importante para quem deseja ter uma carreira bem sucedida e consolidada, principalmente em áreas em constante mudança como a tecnologia. Para o IT Fórum, a Consultora Sênior de Carreira da Produtive, Marcia Oliveira, orienta como o profissional de TI deve fazer seu planejamento de carreira.

Atingir metas e progredir na profissão exige dedicação, planejamento e disciplina. Por isso, quem busca uma trajetória sólida e de sucesso deve, antes de tudo, estabelecer um plano de carreira. “Todo profissional, especialmente aqueles que atuam em áreas com mudanças mais bruscas, como tecnologia, deve se planejar para alcançar os resultados e progredir”, diz Marcia Oliveira, consultora de carreira sênior da Produtive.

Isso por que se, antigamente, o executivo de TI era visto apenas como um suporte para manutenção de máquinas e instalação de softwares, hoje há uma gama de áreas para se especializar e empresas que precisam de um CIO que esteja alinhado com as estratégias do negócio, tenha uma visão mais ampla das tecnologias e siga caminhos não tão tradicionais. Vale a pena fazer um MBA em gestão de pessoas ou em negócios? É mais vantajoso trabalhar em uma empresa pequena com um cargo mais alto, ou em uma multinacional com uma função menos estratégica?

Todas essas perguntas podem ser respondidas com o aconselhamento de carreira, tipo de coaching em que é possível traçar metas profissionais e se planejar para alcançá-las. “O CIO que continua agindo do mesmo jeito que há cinco anos, certamente terá problemas para fazer a gestão de sua carreira. Ele precisa ter uma reflexão mais ampla e considerar todas as mudanças do setor”, ressalta Marcia.

O processo, que inclui encontros, aplicações de testes e planejamentos a curto, médio e longo prazos, exige, principalmente, que o profissional esteja preparado para a transição. O primeiro passo é se autoconhecer e entender o seu novo papel nas empresas – mais estratégico e menos assistencial. “O líder de TI precisa conhecer o seu perfil, assim como o sua função daqui para frente. A forma como ele lida com isso faz toda a diferença para começar a traçar os desejos e planos para o futuro”, explica a consultora.

Atrelado a isso, é importante definir os motivadores por trás desse planejamento, que podem ou não estar relacionados à empresa. “O planejamento envolve aspectos profissionais e pessoais. Uma conversa sobre essas perspectivas enriquece o processo e faz com que o CIO consiga se planejar com mais facilidade”, diz Marcia. Isso inclui entender se deseja ter sua própria empresa, ou se busca, por exemplo, mais qualidade de vida ou dinheiro. Com a análise desses pontos, o coach consegue montar um plano com ações em três direções:

Curto prazo (1 a 2 anos)

Detecta o que precisa mudar na rotina de trabalho, como ser mais flexível ou mais organizado. Vale a realização de cursos pontuais, coaching para adquirir competências, ou participação em eventos.

Médio prazo (5 a 10 anos)

Com os próximos passos definidos, é possível decidir a melhor hora de fazer um curso. Se quer ser promovido ou mudar de empresa, por exemplo, vale começar um MBA, no máximo, nos próximos dois ano

Longo prazo (10 a 15 anos)

Essa é a visão geral da carreira, onde se pretende chegar. Quer ter seu próprio negócio? Busca mais qualidade de vida ou mais dinheiro? Isso norteia as atitudes que o executivo tem hoje, como quais cursos vai fazer e quanto de dinheiro precisa guardar.

Home office: um guia prático para adotá-lo em sua empresa

Home office é uma tendência e vem ganhando espaço em muitas empresas, apesar disto ainda é uma prática muito questionada. Claudia Monari, diretora de operações da Produtive, fala sobre os benefícios de adotar o home office nas empresas para o portal IT Fórum

Apesar de ser considerado uma tendência e fazer parte da rotina de empresas dos mais diversos setores, o home office ainda é muito questionado. Para investigar o tema, professores da Universidade de Stanford decidiram estudar o caso da Ctrip, agência de viagens chinesa que possui mais de 20 mil funcionários e implementou um projeto-piloto sobre o assunto. A companhia separou os colaboradores em dois  grupos: o primeiro, trabalhou no sistema de trabalho remoto durante nove meses; já o segundo permaneceu no esquema tradicional. Como resultado, aqueles que trabalharam remotamente tiveram uma produtividade 13% superior aos demais funcionários.

Já no Brasil, entre os funcionários que trabalham de casa – segundo o estudo Global Evolving Workforce que entrevistou cinco mil profissionais de pequenas, médias e grandes empresas -, 49% sentem menos estresse, 45% dirigem menos, 33% dormem mais e 52% têm mais tempo para a família. “As empresas que colocam em prática o home office ganham produtividade e otimizam os custos, já que os gastos com deslocamento diminuem e os funcionários conseguem aproveitar melhor o tempo. Mesmo as companhias mais tradicionais vão ter que pensar nisso um dia”, explica Claudia Monari, diretora de operações da consultoria Produtive.

Porém, apesar dos benefícios, adotar um projeto desse tipo não é uma tarefa fácil. Segundo Claudia, o processo envolve maturidade, mudanças de gestão e adoção de tecnologias. “Não é simplesmente começar a trabalhar de casa. A empresa precisa avaliar os processos e entender se está apta para o modelo”, ressalta. Veja, a seguir, como colocar o home office em prática:

Analise a empresa

O primeiro passo é avaliar a rotina e o modelo de negócio da companhia. Caso a organização  dependa da produção de mercadorias, por exemplo, o home office não é uma boa opção para todos os funcionários. Já para empresas totalmente voltadas para serviços e que dependam apenas de internet ou de softwares na nuvem, o trabalho remoto pode funcionar para todos.

Crie um projeto-piloto

Depois de avaliar o negócio e considerar quais áreas permitem o trabalho remoto, é importante criar um projeto-piloto, que leve em conta as políticas da empresa e boas práticas do novo modelo. Observar companhias que já oferecem o benefício é uma boa forma de começar. A política deve conter, além das regras e obrigatoriedades da lei, como pagamento de hora extra e fornecimento de equipamentos, uma lista com os recursos necessários para assegurar que o trabalho remoto seja efetivo – como softwares e aplicativos. Com o tempo, o modelo pode sofrer alterações para se adaptar às necessidades do negócio.

Conscientize os funcionários

“Os profissionais precisam conhecer bem o modelo e passar por uma mudança cultural para entender que os resultados continuam e são ainda mais importantes nessa nova fase”, ressalta Claudia. Para isso, é importante investir em treinamentos, palestras e em comunicações exclusivas sobre o tema, que tirem todas as dúvidas dos colaboradores.  O desempenho passa a ser medido por resultados e não por horas trabalhadas, por exemplo.

Use a tecnologia

“Em projetos de trabalho remoto, a tecnologia é fundamental. O funcionário precisa ter estrutura para conseguir trabalhar, com computador, internet, celular e softwares que ajudem na comunicação”, explica Claudia. É importante, ainda, que os colaboradores continuem se falando e não sintam que estão sendo deixados de lado. Nesse sentido, tecnologias como videoconferência, chats e aplicativos que auxiliam na criação de projetos e gerenciamento de tempo são essenciais.

Fique atento às mudanças de gestão

Para manter a produtividade é importante que os líderes das áreas envolvidas estejam sempre presentes, acompanhando os resultados e orientando os colaboradores. “É preciso ter a consciência de que cada funcionário tem o seu ritmo, e que reuniões semanais, por exemplo, podem ser importantes para alinhar as tarefas”, completa.

Transformação digital exige um novo perfil de CIO

Para o ITFórum 365, a consultora de carreira sênior da Produtive, Marcia Oliveira, aborda os comportamentos que o CIO precisa adotar em seu trabalho.

Líder de tecnologia passa a trabalhar em conjunto com CEO e diretores das demais áreas; possuir visão estratégica é tão importante quanto a habilidade técnica

Com a transformação digital, que impacta empresas de todos os portes e segmentos, e o surgimento de modelos de negócios disruptivos, como Uber e Airbnb, as atribuições do CIO também se transformam. Se antes falava-se apenas em manutenção de máquinas e instalação de software, hoje há uma gama de áreas a se especializar e as empresas precisam de um profissional que esteja atento às inovações, ao mesmo tempo que garanta agilidade e segurança da informação. “Agora o CIO participa, efetivamente, da construção da estratégia do negócio”, explica Marcia Oliveira, consultora de carreira sênior da Produtive.

Segundo ela, o profissional de TI precisa de uma nova abordagem, na qual a capacidade de gerir pessoas, trabalhar em equipe e possuir visão estratégica são tão importantes quanto a habilidade técnica.

Isso porque, com transformação digital, o executivo de TI passa a atuar lado a lado com o CEO e os principais diretores da empresa. “O CIO precisa construir uma nova imagem para ganhar confiança e influência nas áreas estratégicas da empresa. Para isso, é importante conhecer, além de tecnologia, metodologias relacionadas aos negócios, gestão, finanças e marketing”, explica Marcia.

Coaching como apoio

Para fazer essa transição e planejar os próximos passos da carreira, o coaching pode ser um grande aliado. O objetivo do processo é levar a pessoa de um patamar a outro. Por exemplo: o profissional quer se aproximar dos principais executivos da empresa e assumir uma postura mais gerencial, mas não possui as habilidades comportamentais exigidas. Com a ajuda de um coach, qualquer habilidade pode ser trabalhada. O processo consiste em três etapas. Primeiro é realizado um assessment para avaliar o perfil do profissional e suas competências e, assim, eleger os pontos que precisam ser desenvolvidos. Feito isso, começam as sessões que contam com entrevistas, conversas e atividades, em um total de seis a 12 encontros.

Com a definição do que será trabalhado, começa a parte prática. Durante a sessão, que dura em média uma hora, o coach propõe reflexões, aplica testes, faz perguntas e sugere algumas atitudes a serem inseridas no dia a dia. A recomendação é que o profissional busque, também, ajuda de pessoas nas quais confia. A mudança, quando feita sozinha, é mais difícil. Conversar com colegas de trabalho e pessoas do mercado que sejam um exemplo, auxilia nesse processo.

Os novos conhecimentos podem vir, também, do meio acadêmico, com cursos e estudos sobre as áreas, ou do próprio ambiente corporativo, com a participação em treinamentos, eventos e o envolvimento com os demais setores da empresa. Porém, Marcia ressalta: “É importante que o CIO tenha disposição e se ofereça para participar mais do negócio”.

A ideia é que o CIO consiga mesclar as competências técnicas com as comportamentais para, assim, direcionar a transformação digital. Segundo Marcia, para contribuir com o planejamento futuro da organização, o profissional precisa se antecipar às mudanças e levar tendências para o ambiente de trabalho. “Hoje a tecnologia muda a todo momento, e o profissional que não se atualiza, perde espaço nessa jornada”.