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Quer ir bem na entrevista de emprego? Se prepare para responder estas 3 perguntas

A consultora de carreira sênior da Produtive, Deisy Razzolini, fala sobre como lidar com três das questões mais comuns em entrevistas de emprego para o jornal Gazeta do Povo.

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Depois que você envia vários currículos, o telefone toca. É um convite para uma entrevista de emprego. Se está há tempos a procura de trabalho, já se sente um vitorioso quando atende a ligação. Mas a batalha pela vaga está só começando. A próxima etapa, a hora de estar frente a frente com o recrutador, é umas das mais desafiadoras do processo de seleção.

Consultores lembram que estar pronto para este momento passa por se preparar para três perguntas básicas que costumam surgir na maioria das entrevistas: “por que você gostaria desta vaga”, “quais são seus defeitos e qualidades” e “como você acha que pode fazer a diferença aqui .

Olhadas de relance, até parecem questões fáceis. Mas não é por acaso que são tão comuns: elas têm muito a revelar sobre o candidato que está do outro lado da mesa. A coach Melissa Fernandes Lirmann, do International Business Coaching Institute, explica que quando o entrevistador faz estas perguntas quer saber se a pessoa já mapeou as próprias competências e entende bem de que maneira seus potenciais podem ajudar a organização a crescer.

O recrutador também quer estar certo de que o indivíduo conhece a organização e está preparado para as demandas do cargo ao qual concorre. Quando pergunta dos defeitos, quer saber não apenas o nível de autoconhecimento da pessoa como também a disposição que ela tem de melhorar como ser humano e profissional.

Faça a lição de casa

Além de buscar o autoconhecimento, é importante conhecer o máximo sobre a companhia e a vaga. Chegar munido de informações – esta é a regra de ouro.

Outras cartas importantes para ter na manga são exemplos que atestem as competências que você afirma ter, conforme lembra a especialista em coaching de liderança Gisele Cipili. A dica vale principalmente quando você vai falar das suas qualidades. Por que em vez de dizer que é entusiasmado e proativo (informações que possivelmente já estejam no seu currículo), você não conta histórias bacanas de situações que ajudou a resolver? “A entrevista é o momento do recrutador aprofundar, a partir do diálogo com a pessoa, aquilo que já leu sobre ela. Então, é bom otimizar esta conversa de maneira perspicaz”, explica.

Seu defeito não é trabalhar demais

A honestidade é fundamental quando perguntam a você quais são os seus defeitos. É comum que as pessoas se digam perfeccionistas ou workaholics para tentar fugir de saias justas, mas o entrevistador sempre sabe identificar uma resposta “forçada”. A orientação da consultora de carreira sênior Deisy Razzolini, da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, é que o candidato seja sincero, mas substituindo o termo “defeitos” por “competências a serem aprimoradas”. “Não diga que você tem dificuldade em se organizar. Diga que nos últimos tempos você tem tentado ser mais organizado por perceber que a desordem compromete sua entrega”, exemplifica a especialista.

Sucesso em três etapas

Deisy reforça que o êxito em uma entrevista de emprego envolve três pontos centrais: a preparação, o planejamento e a abordagem. O primeiro diz respeito a uma análise profunda sobre si mesmo e a organização. O candidato deve começar fazendo um balanço da própria carreira: o que ele fez até ali? Depois, já sabendo bastante sobre a companhia, deve questionar de que maneira sua bagagem ajudará aquela empresa a crescer.

O planejamento é a hora de colocar todo esse balanço no papel, ler, reler e ensaiar o que vai dizer. Não é questão de decorar um texto, mas de estar convicto de seu conteúdo. A abordagem está relacionada à análise da maneira como aquele assunto pode ser tratado a depender das perguntas que o recrutador fizer. Se você trabalha bem sob pressão, de que forma falará isso? Talvez, se te perguntarem se já conseguiu driblar alguma situação de risco, por exemplo. Vai depender do momento. E você precisa se preparar para ele, ainda que não possa prevê-lo.

Com tudo isso em mãos é que conseguirá responder porque gostaria da vaga – ou se gostaria da vaga, porque no meio desse caminho todo, você pode até mudar de ideia com as informações que descobrir. Caso não mude, sua convicção seguirá firme e a sua resposta tem grandes chances de ser espontânea e certeira.

Crise intensifica substituição “cirúrgica” de profissionais nas empresas

fonte: pixabay

Em entrevista à Gazeta do Povo, Rafael Souto, CEO da Produtive, fala sobre o perfil das contratações e como os profissionais podem aproveitar o contexto atual para se destacarem nas empresas. 

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A crise econômica impôs uma cara nova à dança das cadeiras no mercado de trabalho. Se há cinco anos a rotatividade intensa era sinal de um mercado aquecido, em expansão e cheio de novas oportunidades, hoje a tônica é a substituição “cirúrgica” de profissionais nas empresas.

Em 2012, a troca espontânea de emprego bateu recorde no país. Preocupadas com o apagão de talentos, as empresas disputavam profissionais “na unha”, com salários e bônus gordos. No mercado corporativo, aproximadamente 75% das vagas eram de abertura de novas posições, com as empresas expandindo fortemente os seus times, segundo levantamento interno da consultoria de recrutamento Michael Page. Mas a recessão econômica se encarregou de reverter esse cenário: além do desemprego, que também chegou aos cargos executivos, hoje, 90% das vagas são de substituição de profissionais – em períodos normais de mercado, esse índice oscila entre 20% e 30%.

Para sobreviver à crise, o movimento instintivo da maioria das empresas foi olhar para dentro de casa e cortar na própria carne. “Quando a gente olha para o motivo das substituições a gente vê, muito claramente, um enxugamento de níveis nas empresas, com uma busca muito forte por eficiência, redução de custos e da distância entre a base e o topo da hierarquia empresarial para acelerar a tomada de decisões”, afirma Humberto Wahraftig, gerente executivo da Michael Page.

Na prática, o que se viu foi após o corte de posições foi o surgimento de equipes mais enxutas com profissionais, em geral mais experientes, assumindo várias funções e responsabilidades. Um gerente de compras, um de logística e um de produção viraram, muitas vezes, apenas um gerente industrial que agora cuida de tudo, segundo Wahraftig. Além disso, “se antes se contratava profissionais com salário maior do que a qualificação, hoje eu consigo trazer pessoas mais qualificadas com um salário um pouco menor”, afirma.

Conforme Rafael Souto, CEO da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, depois do enxugamento e reestruturação das equipes em 2014 e 2015, 2016 foi o ano de testar os sobreviventes, como ele define os profissionais que receberam um voto de confiança para permanecer nas empresas e estão tendo que fazer mais com muito menos. Quem não dá conta, tende a ser substituído.

Quem está no radar dos recrutadores em 2017

“As empresas estão buscando profissionais que pensem com a ‘cabeça do dono’, que se interessem pelo conjunto do negócio e sejam proativos, acima de tudo”, detalha Souto.

São pessoas com esse perfil que devem atrair a atenção dos recrutadores neste ano em que a substituição de posições ainda vai predominar no mercado corporativo. No horizonte, contudo, alguns sinais positivos vindos da área econômica já permitem uma pequena dose de otimismo. Wahraftig, da Michael Page, afirma que tem muita empresa falando de um crescimento de 15% a 20% em relação ao ano passado. “Parece um número alto, mas é sobre uma base baixa”, diz.

Um levantamento feito pela Produtive mapeou a abertura de 4.132 oportunidades nos mercados do Sul e Sudeste no segundo semestre de 2016, número 4,87% maior do que o observado em 2015. Embora a variação seja pequena, ela sinaliza uma tendência de melhora do mercado de trabalho em 2017, analisa Souto.

“Mesmo considerando que são posições de substituição, houve uma mudança no perfil de vaga buscada do último trimestre de 2016 para cá que sinaliza outra postura das empresas. Antes, eram posições mais concentradas nas áreas financeiras, orçamento e custo, o pitbull do cofre. Agora, as posições comerciais, de marketing e vendas estão reaparecendo”, afirma o CEO da Produtive.

Na dança das cadeiras do mercado executivo…

Quem sai

Um cenário hostil de crise acaba expondo profissionais menos eficientes e preparados que se escondiam atrás dos bons resultados. Pelo lado da qualificação técnica, tendem a sair os profissionais que não conseguem lidar com um cenário de mercado mais adverso e desafiador, entregando os melhores resultados dentro do possível. O lado comportamental também pesou bastante, segundo os recrutadores. “Às vezes o profissional até tem todas as competências técnicas necessárias para fazer o negócio funcionar, mas não consegue buscar mais forças, lidar com a pressão, pensar fora da caixa. Começa a colocar a culpa no cenário, no mercado. E aí esse profissional que está num momento mais negativo acaba influenciando negativamente a equipe também”, detalha Humberto Wahraftig, gerente executivo da Michael Page.

Quem fica

Ficam os profissionais que conseguem entregar bons resultados apesar do cenário adverso, seja reduzindo despesas ou aumentando receitas. O perfil é o de alguém que além de muito conhecimento técnico sobre o negócio, consegue ler o momento e buscar soluções para a empresa, mesmo dentro de funções muito específicas às vezes. São profissionais que conseguem entregar resultados, mas sem um excesso de autopromoção, trabalham muito bem em equipe e são proativos na busca de respostas que não sejam tão óbvias ou que encontrem maneiras diferentes de entregar um bom resultado.

Pós-graduação torna-se peça fundamental para aumentar renda profissional

Matéria com entrevista de Rafael Souto publicada na Gazeta do Povo em 25 de janeiro:

Especialistas indicam que plano de carreira pode ser um instrumento poderoso para combater o desemprego e crescer na profissão

Ricardo Sabbag

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que cada ano de estudo completo aumenta o salário do profissional em uma média de quase 15%. Mesmo em uma conjuntura econômica em que cerca de 12 milhões estão desempregadas no Brasil, de acordo com o IBGE, o estudo da FGV, divulgado em outubro passado, aponta que quem tem mais educação formal está perdendo menos do que quem tem menos educação formal.

Isso significa que mesmo em um cenário de dificuldades econômicas, fazer uma pós-graduação pode ser uma boa saída para quem precisa encontrar emprego ou melhorar sua renda. “Todos os estudos mostram que um profissional com pós-graduação ganha mais, proporcionalmente, do que quem não faz. Não só pelo título, mas porque adquire conhecimento e consegue crescer”, afirma o CEO da Produtive, consultoria de recrutamento e recolocação profissional, Rafael Souto.
Em um mercado saturado pelo excesso de profissionais à disposição e pela redução de postos de emprego, os cursos de pós-graduação estão deixando de ser apenas um diferencial na formação profissional para se tornar praticamente um requisito para quem deseja crescer profissionalmente em tempos de crise. “As empresas não têm mais espaço para profissionais de baixa produtividade”, diz Souto. Segundo uma análise conduzida pela Produtive, profissionais com uma pós-graduação tiveram um aumento de renda de 14,1% em 2015 em comparação com o ano anterior. Já executivos que investiram em mais de uma pós obtiveram um aumento médio de 17% na remuneração.

“Não existe um amplo mercado para quem não se especializa”, afirma Carolina Walger, professora do curso de Gestão em Recursos Humanos da Uninter e especialista em gestão estratégica de pessoas. “A pós-graduação é importante para o profissional escolher entre ser um especialista ou um generalista”, diz. O especialista, explica Carolina, é aquele profissional que se aprofunda em determinado tema e, por isso, tende a não ocupar cargos de gestão. Já o generalista busca uma visão mais ampla e sistêmica e pode procurar por oportunidades como gestor. A Uninter oferta 68 cursos de pós-graduação à distância, atendendo todo o Brasil, além de 22 cursos presenciais e três semipresenciais.

Plano de carreira tornou-se instrumento essencial
Para auxiliar o profissional a fazer as escolhas mais adequadas, o plano de carreira tem se mostrado um instrumento essencial na colocação e recolocação de profissionais. O plano de carreira constitui-se em uma lista de objetivos profissionais a serem alcançados em médio e longo prazo e de metas para se atingir esses fins. “Planejamento é chave para melhorar a performance da carreira independentemente da crise”, avalia Rafael Souto. “Se o plano melhora competências, melhora condições de produtividade, tornando as chances de sucesso maiores, ainda mais em tempos de crise. Uma das dimensões do profissional de sucesso é ter uma melhor chance de controle do seu futuro”, completa.

O plano de carreira não é uma ferramenta exclusiva para profissionais recém-formados ou para experientes. “Vale para os dois. O plano é um conjunto de reflexões que se transformam em ações para formar a vida profissional. A diferença é que o jovem profissional ainda não consegue ter muita clareza das ações no mesmo nível do profissional experiente, que tem uma área de atuação definida”, diz Souto.
Segundo o consultor, o plano de carreira do jovem profissional deve iniciar com reflexões gerais, do tipo “o que imagino para a minha vida?” e “quero ser um empreendedor ou um executivo?”, e transformar essas repostas em ações práticas. Já o profissional experiente deve refletir sobre seu passado profissional e pensar em projetos a serem executados dentro de ciclos de cinco e dez anos.
Quando é o melhor momento para se iniciar uma pós?
A elaboração do plano de carreira em momento de crise tem feito com que os recém-formados encarem mais um desafio em sua vida profissional: é melhor iniciar uma pós logo que terminada a graduação ou convém esperar alguns anos? “Temos dois perfis de alunos: aquele que ao terminar a graduação já começa a pós-graduação e ganha tempo e aquele que quer esperar e retornar depois. O fator tempo que acaba pesando”, afirma Carolina Walger. A pausa pode ser benéfica considerando que o mercado exigirá maturidade e o profissional pode escolher o direcionamento mais adequado à sua carreira.
O momento da escolha da pós-graduação também é oportuno para quem deseja dar um novo direcionamento à carreira. “Alguém que tenha se graduado em Pedagogia, por exemplo, pode fazer uma especialização em gestão empresarial. Assim, pode tanto trabalhar em escolas quanto no mundo corporativo, unindo os dois cursos”, conclui Carolina.