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Primeira vez profissional: um guia para cada nova etapa da carreira

Da primeira entrevista de emprego à estreia como chefe, veja dicas de como transmitir segurança, sem perder o frescor de recém-chegado

A ansiedade e o nervosismo de passar pela primeira vez por uma entrevista de emprego não são sentimentos reservados apenas aos estreantes no mercado de trabalho. Ao longo da carreira, serão várias as ocasiões em que um profissional – seja ele de que área for – terá que lidar com cenários de ineditismo. Como saber qual o momento adequado de pedir um aumento, sem nunca ter feito isso antes? Como lidar com um feedback negativo? Qual postura adotar ao ser apresentado como novo gestor, transmitindo simpatia e segurança à equipe? Como demitir um funcionário da maneira mais humanizada possível, sem nunca ter vivido o processo extremo de encerrar uma relação trabalhista?

Gama ouviu consultores de carreira e cultura corporativa para colher dicas de como se portar como veterano, mesmo sendo novato em cada uma dessas situações. Confira:

Primeira entrevista de emprego – Recém-saído de um curso técnico ou de uma faculdade, o candidato a uma vaga dificilmente terá um portfólio considerável para mostrar. Então, o que o recrutador irá observar é se aquela pessoa é “treinável e moldável” para a vaga, como explica Francis Nakada, diretor de operações da Produtive, consultoria de carreira e conexões com o mercado. “Um jeito de demonstrar isso é trazendo exemplos, como mudanças de escola, de cidade e outras narrativas pessoais que sinalizem como foi sua capacidade de adaptação e o que você pode desenvolver nesses novos ciclos.”

Uma armadilha comum que muitos recém-chegados ao mercado caem nessas entrevistas é dar respostas com o objetivo de gerar identificação com o recrutador para conquistar a vaga. “Se a empresa é conhecida por ter uma cultura meritocrática e eu digo o quanto estou alinhado com ela, mesmo tendo horror a esses valores, em algum momento isso se tornará um problema, haverá um choque e ficará claro que eu não era a pessoa adequada para o cargo”, afirma Cecília Seabra, consultora da plataforma de educação corporativa HSM. “Portanto, além de compartilhar com o recrutador os diferenciais técnicos e o que busco realizar no futuro, é importante também conhecer os valores da corporação. Feat cultural é essencial”, completa Cecília.

Receber e dar feedbacks – Embora muitos torçam o nariz só de ouvir a palavra, o feedback deve ser encarado como algo maior que uma “DR de trabalho”. É dessa conversa que podem se abrir portas para uma promoção – ou para uma demissão, se não usada com sabedoria. Portanto, nada de reatividade quando o chefe chamar para um papo.

Segundo a consultora Maria Candida Baumer de Azevedo, sócia-fundadora da People & Results Career, nunca discorde dos pontos negativos que o gestor apresentar sobre seu desempenho. “Ao receber um feedback, deve-se agradecer, porque aquele superior está gastando o tempo dele para contribuir com sua performance. Usar essa ocasião para fazer o máximo de perguntas e sair com um entendimento claro de como uma determinada conduta sua prejudicou um ou mais processos é essencial”, diz a especialista. “Se depois disso, você ainda seguir discordando, converse com outros colegas sobre aquele mesmo ponto, colha outros pontos de vista.”

Quem está do outro lado da mesa também deve seguir certas regras. Se você é chefe e pela primeira vez dará um feedback, não deixar a conversa pra depois é o primeiro passo. “Fazer uma DR sobre um problema que ocorreu um mês atrás não faz sentido. É importante trazer o assunto dois, três dias depois no máximo, mencionado em que contexto o problema se deu, qual foi o comportamento observado no funcionário e que impactos gerou”, diz Maria Candida. “Feedback não se trata de ‘eu não gosto de você e do seu trabalho’. É primordial que o papo seja direto, sem margem para pessoalização: ‘na semana passada você apresentou um relatório que tinha informações inconsistentes e isso causou uma quebra de credibilidade naquilo que você estava apresentando’.”

Pedido de aumento – Antes de entrar na sala do financeiro para falar em cifras, construa um plano de ação, como indica Nakada. “Mostre que você tem um controle dos seus resultados e compartilhe isso com colegas e seu chefe. É sempre bom conversar com o gestor sobre objetivos mútuos, deixando claro qual é a trajetória que você pretende construir ali”, aconselha. “Claro que existem líderes que não dão esse tipo de abertura e não é o adequado. Mas se você se deparar com um assim, solicite um feedback, pergunte onde você precisa se aprimorar para crescer.”

Segundo Nakada, não há uma matemática exata do momento de pedir aumento, mas algo entre um ano e meio e três anos é o mais adequado. “Antes desse período, ainda não se tem um histórico consistente de geração de resultados para se apresentar à sua liderança.”

Já querer falar em aumento sem ter clareza de onde está se acertando e se errando, é um tiro no pé, como alerta Maria Candida. “Como posso chegar em um chefe e pedir um aumento, sendo que posso estar deixando a desejar em algum ponto? Isso vem acontecendo muito com as gerações mais novas, uma miopia de autoavaliação. Muitas vezes, acham que estão fazendo um trabalho maravilhoso, quando estão à beira da demissão.”

Estrear como chefe – A conquista de um cargo de liderança pode vir acompanhada de um momento intimidador: a primeira reunião com o time. É ali que serão tiradas as primeiras impressões e, algumas, ficarão para sempre. “Nesse momento deve-se buscar um equilíbrio entre mostrar potências e vulnerabilidades. O novo chefe deve dar pistas do que tem de melhor para aquela equipe e que, os pontos vulneráveis, sejam um elo de empatia”, explica Cecília.

Outra dica da especialista é ser coerente com a própria imagem, não criar um personagem do “chefe”, nem outra diferentes nas plataformas digitais. “Não há coisa mais desagradável para uma equipe do que ver uma pessoa ótima nas redes sociais e descobrir que no dia a dia não é nada daquilo. Ou ver um chefe que diz que algumas coisas são prioritárias e com a convivência ver tudo aquilo ser posto abaixo. Coerência em quem a gente é e como a gente lidera é primordial.”

Demitir um funcionário – “O principal ponto de uma demissão é que ela não deve ser uma surpresa para nenhum dos envolvidos”, explica Nakada. O especialista alerta que, antes de tomar a decisão, o chefe deve ter dado todas as oportunidades para que o funcionário tenha tido chances de mudar o quadro. “Feedbacks francos sobre problemas que estejam acontecendo devido ao mau desempenho em algum ponto devem preceder essa decisão. A pessoa tem que ter sido alertada de que se ela não mudasse de atitude ou se ajustasse em algum ponto, aquilo poderia levar ao desligamento da empresa.”

Assim como há o processo de seleção, também deve haver um processo de demissão, pontua Maria Candida. “A começar pela escolha da data. Demitir alguém perto de uma data comemorativa ou de férias, onde o funcionário programou um gasto com viagem, é desnecessário”, diz a consultora. “E não se demite ninguém numa sexta-feira. A pessoa passa um fim de semana péssimo. O ideal é que seja no começo da semana e daquele dia. Com isso, o demissionário terá horas comerciais pela frente para se refazer da notícia ruim e se reconectar consigo mesmo.”

Outro ponto importante é que, na conversa, a notícia da demissão seja dada logo no início, seguida dos motivos. “Não adianta querer começar o assunto dando feedbacks que, a essa altura, já deviam ter sido dados. Ali é o momento de dizer: ‘por causa dessa e dessa situações, das quais você já havia sido alertado algumas vezes, decidimos não dar continuidade ao seu contrato’”, exemplifica Maria Candida. “E dê espaço para a pessoa dizer como está se sentindo. Crie um canal empático e se coloque à disposição para uma possível recomendação”.

O plano de carreira

Nos últimos anos, passamos por diversas transformações nas relações de emprego e trabalho e isso impactou muito nas estruturas das empresas e nas expectativas dos profissionais. Veja o que Rafael Souto, CEO da Produtive, diz sobre este tema em seu novo artigo para o jornal Zero Hora.

Acompanho, anualmente, entregas de prêmios que reconhecem as melhores empresas para trabalhar. Eles são, sem dúvida, fundamentais para destacar as ações que os colaboradores elegem como importantes e também para observarmos as expectativas que alguns profissionais seguem tendo nas companhias em que trabalham.

Ao longo dos últimos 20 anos, passamos por diversos momentos na economia e na política brasileira, além de transformações acentuadas nas relações do emprego e do trabalho.

Para se ter uma ideia, até os anos de 1990, as carreiras eram geridas pelas organizações e a lógica dominante era o plano de carreira. Os profissionais tinham ao seu dispor um mapa, em que era possível ver uma trilha de carreira pré-estabelecida. Por essa razão, o tempo médio de permanência na empresa era de 12 anos e meio.

Com a globalização, necessidade de reduzir custos e de aumentar competitividade, o plano linear de carreira foi comprometido. Estar em uma empresa já não era tão previsível. Foi então que surgiu o termo “empregabilidade” e a fase em que os profissionais começaram a pensar na carreira com uma visão de mercado, tornando distante a permanência em uma empresa pelo resto da vida.

Apesar desta mudança de mindset, esses profissionais ainda dependiam das empresas para oferecerem possibilidades de desenvolvimento nelas. E aí surgiu a transformação digital, processo de disrupção que dificultou ainda mais esta oferta de evolução em cargos pré-determinada pela empresa.

Nesta tempestade de mudanças, chegamos à segunda década do século 21 com dois cenários: de um lado, os profissionais formados na era do emprego esperam por uma trilha de crescimento definida pela empresa e, mesmo percebendo que não há, ainda aguardam que o chefe ou a área de recursos humanos mostrem seus próximos passos. E do outro, a ausência de clareza sobre o modelo de desenvolvimento que acentua dúvidas nas empresas. Perdidas entre o modelo do plano de carreira e o novo mundo do trabalho, ficam com medo de assumir que não conseguem cumprir esta trilha, porque acham que isso assustaria seus colaboradores.

Para que essa ilusão acabe e os profissionais sintam transparência das empresas, penso que teremos de trabalhar na educação para a carreira com mais intensidade. É uma mudança de modelo mental que as companhias precisam se apropriar, preparando suas lideranças para permitir que os indivíduos sejam protagonistas, para que a gestão da carreira tenha uma abordagem construtivista por meio de diálogos.

Do contrário, estaremos fadados a ambientes sem credibilidade, com o risco de termos o extinto plano de carreira da empresa e com indivíduos ainda esperando uma empresa paternalista que defina os rumos de suas vidas.

As carreiras do futuro

Em seu novo artigo para o jornal Zero Hora, Rafael Souto, CEO da Produtive, traz reflexões sobre qual é a melhor estratégia de carreira a ser adotada, frente às mudanças nos negócios e nas estruturas de trabalho ocorridas nos últimos anos.

Diariamente assistimos a vídeos, recebemos pesquisas e lemos artigos sobre o futuro do trabalho. A maior parte deles traz um tom sinistro e preocupante sobre o impacto da tecnologia nos empregos.Na linha do apocalipse, brotam estudos com o número de vagas que serão fechadas pela automação ou consumidas pela inteligência artificial. Boa parte desse exercício serve para alertar, mas pouco ajuda em termos práticos.

O fato do Watson, o super computador da IBM, permitir que as petições sejam feitas por algoritmos espertos e que engolirá um número significativo de advogados não ajuda a encontrar alternativas para os indivíduos. A questão que fica é a seguinte: no meio de tantas transformações e sinais de risco para muitos profissionais, qual a estratégia de carreira?

Quando paramos para refletir sobre as mudanças nos negócios e nas estruturas de trabalho ocorridas nos últimos anos, podemos concluir que a maior parte das áreas e profissões não se extinguiu e, sim, se transformou.

Por mais que as mudanças sejam aceleradas, as principais áreas das empresas continuarão existindo. Por exemplo, independente das mutações e a velocidade da transformação, sempre existirão posições para profissionais de finanças, vendas ou marketing. Certamente, a área de marketing continuará sua rápida mudança e aqueles que mais dominarem as estratégias digitais terão mais espaço. Os antigos profissionais  do mercado analógico sumirão. Isso está ocorrendo em todas as áreas.

A estratégia sustentável de carreira está baseada em dois conceitos centrais. O primeiro é definir um foco. Por mais que a visão holística seja um importante complemento, o que sustenta uma carreira vencedora é um foco bem definido. O professor Thomas Malone, do MIT, nos Estados Unidos, chamou esse fenômeno de hiperespecialização das carreiras. Em síntese, significa que a exigência do mercado é tão alta que em nenhuma atividade haverá espaço para profissionais medianos. O foco e a alta performance são elementos cada vez mais decisivos.

O segundo elemento para construir uma estratégia de carreira é fazer uma leitura permanente sobre as tendências da área e buscar os conhecimentos que estejam sintonizados com essas mudanças. Essa busca das tendências é o que chamo de zona de oportunidade. Buscar os conhecimentos e incorporá-los funcionará como um antídoto para não ficar obsoleto.

O desafio diário é estar atento a essas mudanças e buscar atualização. Descobrir e apostar nas tendências exige um olhar crítico permanente sobre si mesmo e o mercado. Esse protagonismo é um exercício permanente e indelegável. Algumas atividades podem desaparecer, mas você sempre terá mercado se fizer movimentos permanentes em busca dessa zona de oportunidades.

Estas carreiras ignoram desemprego, oferecem vagas e pagam até R$ 20 mil

Reportagem do UOL mostra as áreas mais promissoras do mercado de trabalho. Quem fala sobre o tema é o gerente de mercado da Produtive, Fernando De Vincenzo.

Em tempos de alto índice de desemprego, falar sobre boas vagas é, no mínimo, surpreendente. Mas elas existem, e as empresas dizem até ter dificuldade para preenchê-las. Segundo especialistas, áreas como tecnologia, venda e marketing, office support, técnica e financeira se mostram especialmente promissoras.

Para conseguir uma colocação, independentemente da formação, o candidato precisa investir na atualização constante, aconselham.

Na agroindústria, os produtores já usam drones para fiscalizar plantações, além de colheitadeiras com tecnologia embarcada, capazes de acompanhar a meteorologia.

O UOL convidou Fernando De Vincenzo, gerente de mercado da consultoria Produtive, e também o headhunter Renato Trindade, gerente da empresa de recrutamento Page Personnel para apontarem os cargos mais procurados no mercado atualmente.

Tecnologia

Cientista de dados – Esse profissional vai lidar com informação, big data e, especialmente, ter um olhar analítico sobre esse universo de dados. É uma profissão bem posicionada, inclusive internacionalmente. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Segurança cibernética – Além das inúmeras transações financeiras efetuadas virtualmente e, principalmente com criptomoedas, a segurança será cada vez mais imprescindível e, segundo Trindade, faltam profissionais para lidar com isso. Há possibilidade de desenvolver carreira internacional. Remuneração: de R$ 12 mil a R$ 20 mil.

Vendas e marketing

Sales e marketing – São postos de inteligência comercial e de mercado. “Esqueça o profissional de vendas que existiu até ontem. Daqui para frente, as empresas buscarão pessoas capazes de fazer análises profundas do mercado”, disse Trindade. Elas precisarão conhecer produtos, estratégias e a regulamentação; antecipar oportunidades, fazer análise de números, conhecer e acompanhar a movimentação de mercado em que atuam tanto nacional quanto globalmente. Remuneração: de R$ 4.000 a R$ 10 mil.

Office support

Assistente ou assessor(a) executivo(a) – Aquela secretária clássica, que controlava a agenda de compromissos do chefe, providenciava assinaturas e organizava o fluxo do escritório, dá lugar a este novo profissional. Seu papel é assessorar o executivo na tomada de decisões e desenhar a pauta da agenda. Deixa de ser o profissional operacional e torna-se estratégico. Remuneração: de R$ 8.000 a R$ 14 mil.

Área técnica

Engenharia de segurança – Cresceu no mercado mundial –e por aqui não será diferente– a busca por profissionais especialistas em incêndios, desastres, acidentes e pânico. “As empresas olham para esse aspecto com especial atenção. Mas o conhecimento básico não será suficiente. Ele deverá se atualizar constantemente sobre novas possibilidades e riscos”, disse Trindade. Remuneração: de R$ 9.000 a R$ 15 mil.

Finanças e tributos

Finanças digitais – O tradicional consultor do mercado financeiro e de tributação não tem a rapidez e o conhecimento para atender às novas exigências, afirmou Trindade. A tecnologia impactou esse mercado, que introduz rapidamente inteligência artificial e recursos de computação para resolver questões. Tanto é que cresce o número de fintechs, disse. O mercado busca profissionais conectados às novas tecnologias. Remuneração: de R$ 10 mil a R$ 16 mil.

Perfil mais generalista, menos especialista

Para Fernando De Vincenzo, nas áreas estratégicas a partir do posto gerencial, os profissionais buscados pelo mercado serão mais generalistas, e não mais especialistas. Um diretor precisará conhecer e entender da área jurídica, de gestão de pessoas, de TI, do setor financeiro. Na prática, se antes havia oito diretores na empresa, agora serão cinco com valor agregado, disse ele.

Na indústria, o operário do chão de fábrica precisará fazer a leitura geral dos processos e entender como eles acontecem. O movimento da indústria 4.0, em que as máquinas e os equipamentosestão conectados, assim como todos os processos, exigirá profissionais que conheçam a tecnologia para se recolocar no mercado e deixar de atuar com o operacional repetitivo.

Vai concorrer a uma vaga de emprego? Confira dicas para cuidar da sua imagem nas redes sociais

A consultora de carreira sênior, Deisy Razzolini, afirma que empresas ficam de olho no Facebook de candidatos na hora da seleção, em entrevista para o jornal Zero Hora.

 

Quem nunca postou algo no Facebook e se arrependeu depois que atire a primeira pedra. Para muitos, a rede social é um ambiente de interação e descontração, já para as empresas, esses meios são uma boa oportunidade de analisar a postura de candidatos que estão concorrendo a uma vaga de emprego.

Segundo Patrícia Zettler, consultora da Solucionare Ações e Ideias em RH, as instituições costumam olhar o perfil dos concorrentes no Facebook porque nessa rede é possível encontrar algo mais informal a respeito do candidato, e esse processo pode até mesmo interferir na contratação. Patrícia cita o caso no qual uma empresa deixou de contratar uma pessoa pelos conteúdos inapropriados publicados na rede social.

A maioria das pessoas tem um time de futebol do coração, e quando um dos jogadores erra um gol, por exemplo, tem sempre alguém que acaba “xingando” o atleta na sua rede social. Outra situação que também ocorre é alguém publicar xingamento sobre o time adversário. Deisy Razzolini, consultora de carreira sênior da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, alerta que temas polêmicos sempre têm consequências.

— É importante cuidar publicações agressivas nas áreas de política e futebol — orienta Patrícia.

Uma dica, segundo Deisy, é usar grupos de WhatsApp ou grupos fechados no Facebook com amigos e família, nos quais é possível ter mais liberdade. A consultora compara a rede social a uma casa, onde sempre há pessoas batendo na porta, que seriam as solicitações de amizade.

— A página é como se fosse nossa casa, quando estamos sozinhos, estamos à vontade, mas quando tem visita, cuidamos nossa roupa e o que vamos falar — completa Deisy.

  • Cuidar das configurações de privacidade da conta

Você está em uma festa com um copo de bebida na mão, então, um amigo pega o celular, tira uma “selfie” com você e posta no Facebook, marcando o seu perfil. Quando alguém for tirar uma foto que não seja do seu celular, é importante ter cuidado e, neste caso, largar a bebida, já que você não terá controle de quem pode ver a imagem. Outra dica, segundo Deisy, é cuidar as configurações do seu Facebook, ajustando para que ninguém poste nada com seu perfil marcado, a menos que a publicação seja autorizada.

De acordo com Thaís Garzieira, sócia-diretora da Staff Recrutamento e Consultoria em RH, as empresas usam as redes sociais como ferramenta complementar na seleção de candidatos, para analisar a postura e os objetivos, principalmente de concorrentes a cargos de apresentação, como uma secretária executiva, por exemplo.

Durante uma viagem de férias em algum lugar bonito, com praias paradisíacas, por exemplo, é comum tirar uma foto com traje de banho e postar nas redes sociais. Com relação a fotografias postadas no Facebook, Thaís aconselha tirar a opção “modo público” e deixar a visualização aberta somente para família e amigos. Já quando se trata de artigos e conquistas profissionais ou acadêmicas, estes podem ser compartilhados em “modo público”.

— Na medida em que o profissional se sente protagonista da sua carreira, ele consegue ter discernimento do que pode ser público — afirma.

O conselho de Thaís, tanto para estagiários quanto para executivos, é fazer bom uso dos valores, pois assim como existem empresas mais flexíveis, há também as que são mais criteriosas. Segundo ela, a pessoa pode se expor, mas deve fazer isso de forma pontual.

— Nós construímos nossa carreira o tempo todo — ressalta.

A melhor hora para procurar emprego é quando se está empregado. Veja dicas

A gerente de mercado da Produtive, Tatiana Penteado, fala que o profissionalismo deve reger o processo de busca por oportunidades, especialmente quando ainda há um vínculo com outra empresa para o jornal Gazeta do Povo.

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O comodismo e a segurança fazem com que muitas pessoas só pensem em mudar de trabalho quando estão desempregadas. Porém, quem está desempregado pode acabar aceitando qualquer oferta apenas para garantir um salário que pague as contas no fim do mês.

Por isso, o ideal é atentar para a insatisfação ou a vontade de mudar de emprego justamente quando se está empregado, garante um dos diretores da Associação Brasileira de RH no Paraná (ABRH-PR) Adeildo Nascimento. “Você tem mais tempo para ver o que quer, sondar quais empresas seriam melhores”, opina.

Mas fazer isso sem queimar a sua imagem com o atual empregador ou com o mercado requer muito cuidado. Primeiro, você precisa ter certeza de que realmente quer sair daquela empresa e não está usando uma proposta apenas para negociar um aumento ou promoção, postura que é mal vista pelos recrutadores.

“Se você deu o seu ‘ok’ em outra oportunidade, vá para a outra oportunidade”, adverte a gerente de mercado da consultoria Produtive, Tatiana Penteado. “Ficar fazendo leilão faz você se queimar nos dois lados”.

A melhor opção é abusar da tranquilidade de não estar desempregado para pensar bastante sobre a decisão, pesar prós e contras do emprego atual, refletir sobre qual é o próximo passo que deseja dar e aonde quer chegar com ele. Definir a área e empresas em que gostaria de trabalhar também ajuda a tornar a busca mais assertiva.

Discrição e profissionalismo andam de mãos dadas

É essencial tratar todo o processo com ética e profissionalismo para não haver mal estar com a empresa atual ou com a possível contratante. Por exemplo, a estrutura do seu atual emprego não deve ser usada na procura por outras oportunidades. Ou seja, não use e-mail e telefone corporativos e não faça nada relativo ao processo de seleção no seu horário de trabalho. Redes sociais devem ser usadas com cautela, já que não apenas o que você posta e compartilha, mas também o que você curte aparece na linha do tempo dos amigos – e contatos profissionais.

Como não há urgência para encontrar um novo emprego, é possível planejar com calma cada etapa. Caso não seja possível agendar entrevistas em horário não comercial ou durante o horário do almoço, compense a ausência fazendo banco de horas e não deixe tarefas pendentes.

Também é possível pedir confidencialidade ao recrutador e que a entrevista seja feita em um lugar neutro. Afinal, empresas podem fazer contratações em sigilo e o mesmo vale para os trabalhadores.

“O candidato pode pedir para não ir até o escritório. Por exemplo: ‘Será que poderíamos tratar isso de forma confidencial e num local neutro?’”, sugere Nascimento. “É muito chato encontrar um conhecido, fornecedor ou cliente na sala de espera para uma entrevista. Uma situação como essa te expõe de uma maneira não muito legal”.

Existe, ainda, a opção de contratar uma consultoria de transição de carreira. O consultor auxiliará o profissional na hora de pesquisar vagas, encontrar uma nova colocação no mercado aperfeiçoando o currículo, ajudando a traçar um objetivo e fazendo contato com as empresas de interesse.

Por fim, uma vez que a contratação com a nova companhia esteja garantida, é preciso ser ético no pedido de demissão. “Antes de pedir demissão e dar o aceite na nova proposta, tente negociar o período de início na outra empresa para não que não seja imediato”, aconselha Tatiana Penteado. “É sempre válido sair deixando uma porta aberta”.

O diretor da ABRH-PR concorda: “A forma que você sai de uma empresa é muito mais importante do que como você entra em outra”. É importante não deixar pontas soltas, entregar todos os projetos e cumprir os objetivos devidos.

Na hora da conversa final com o gestor, caso haja espaço para um feedback, o profissional pode explicar porque decidiu fazer aquela mudança na carreira e por que outra empresa se encaixa melhor nas suas metas pessoais. Porém, caso contrário, não é necessário entrar em detalhes. “O profissional pode dizer apenas que uma oportunidade melhor surgiu”, diz Tatiana.

Acesse a matéria diretamente no site da Gazeta do Povo.