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Plano de carreira: o que é e como montar uma trajetória de sucesso

O plano de carreira previsível e baseado em definições claras sobre crescimento, oferecido pela organização, já não existe mais. Hoje, o profissional precisa ser cada vez mais protagonista e desenhar o seu próprio plano de carreira para obter sucesso e alcançar seus objetivos profissionais. Em reportagem para o Valor Econômico,  Rafael Souto, CEO da Produtive, contribui com o tema com dicas importantes para a construção de uma trajetória de sucesso.

Um plano de carreira é a relação de experiências e atividades associadas ao trabalho de determinada pessoa durante o período de sua vida. A forma como os profissionais constroem esse plano depende do objetivo profissional, da estrutura na qual trabalham (startups, grandes empresas, empreendedorismo, setor público, terceiro setor ou autônomos) e dos recursos que têm disponíveis (próprios ou corporativos).

Até os anos 90, as empresas possuíam estruturas organizacionais mais fixas ou um grande número de níveis hierárquicos. O que significava, analisa Rafael Souto, CEO da Produtive, que profissionais delegavam muitas vezes a sua construção de carreira às empresas. Estas, por sua vez, determinavam quais cargos as pessoas deveriam ocupar, habilidades que eles precisavam ter, formações complementares.

Diziam quem deveria virar líder e a escadinha era clara: do estágio ao analista, do coordenador ao gerente, do diretor ao CEO. E as pessoas normalmente faziam uma carreira em uma organização. “É um modelo tradicional que ainda vigora em muitas organizações, onde há clareza do que as pessoas precisam apresentar e onde podem chegar se entregarem resultados”, diz Vanessa Cepellos, professora de gestão de pessoas da FGV-EAESP.

Mas a globalização, a ascensão da internet (e a consequente demanda por novas habilidades e redesenho de profissões), além de um cenário geral de maior imprevisibilidade de negócios levaram as empresas a reverem os planos de carreira. “Não dá para muitas delas hoje prometerem um nível sênior daqui dois anos se elas nem sabem se aquela função vai existir”, diz Souto.

Na última década no Brasil, principalmente, começou-se a falar em “narrativa do indivíduo”, onde os profissionais precisam ser protagonistas de sua própria construção de carreira – independentemente se estão em uma grande organização ou não, avalia Bruno Andrade, professor da Saint Paul Escola de Negócios, especializado em liderança.

A carreira não será mais baseada majoritariamente em uma sequência de cargos, mas em experiências significativas e acumulativas. “Algo mais ligado a ser polivalente, de trabalhar em várias coisas ou áreas e entregando coisas diferentes”, diz José Augusto Figueiredo, country head do Grupo Adecco.

Cada empresa se adaptou a essa nova noção de uma forma: oferecendo uma formação mais personalizada, criando estruturas mais horizontais onde os talentos se movam na direção que quiserem, mudando incentivos relevantes à sua promoção e reconhecimento ou até mesmo redesenhando cargos.

À parte do pano de fundo ao qual o funcionário está exposto, especialistas defendem que é preciso chamar para si a responsabilidade de construir um bom plano de carreira. E eles dão oito dicas para criar o protagonismo da carreira e traçar os passos rumo ao sucesso profissional.

1. Faça uma autorreflexão

“O primeiro passo para pensar a carreira é: qual sonho você tem? Quais vontades? Que projetos gostaria de abraçar? Onde gostaria de gerar impacto?’ diz Figueiredo.

“Essa reflexão servirá como guia para tomada de decisão de mudar de uma empresa, de pedir para trocar de área e de não se frustrar com uma movimentação lateral – onde o profissional muda de função, mas não necessariamente ‘sobe’ na hierarquia”, diz o executivo. Essa reflexão também precisa levar em conta demandas de vida (satisfação, equilíbrio e interesses) e, se possível, uma reserva financeira para conseguir se movimentar de forma mais estável, afirma Souto.

2. Faça uma reflexão externa
Conversar com profissionais nos quais você confia perguntando a eles quais são seus pontos fortes e ouvir suas histórias de carreira pode ajudar a traçar prioridades e mudanças, diz Souto. “É preciso buscar narrativas fora para você se inspirar a criar a sua.”

3. Seja flexível no plano
O plano de carreira não pode ser rígido porque a vida muda, o acaso abre novas oportunidades e os valores e desejos das pessoas também se modificam, diz Cepellos. É preciso ter um pé no futuro e outro no presente, até para aproveitar oportunidades que surgem no caminho e definirão todo o resto.

“Monte o plano com temas importantes para o longo prazo. Mas revisite sempre o curto prazo. Olhe para sua carreira e pense: eu estou feliz hoje? Preciso fazer um novo curso para abrir uma nova oportunidade? Devo me expor mais? É combinar um plano com o fluxo natural de carreira e de vida.”

— Bruno Andrade, professor da Saint Paul Escola de Negócios

4. Construa seu mapa de competências
Ao revisitar esse plano no curto prazo, entenda se ele está te levando aonde gostaria de estar no longo prazo e quais competências o ajudariam a chegar lá. “Se você quer trabalhar fora e não possui um idioma, por exemplo, é preciso começar a desenvolver essa habilidade muito antes de materializar o plano final”, diz Andrade. Conversar abertamente com o gestor direto sobre quais habilidades você gostaria de desenvolver também é válido. “Às vezes, a empresa tem muitos recursos para o desenvolvimento do profissional, mas ela não sabe que ele gostaria de mudar de área ou função e as pessoas têm receio de falar.”

5. Estude tendências e movimentos de mercado
É possível se preparar para ser mais competitivo no futuro do trabalho mesmo que esse futuro não esteja ainda muito claro. Souto exemplifica:

“O contador dos anos 80 era guarda-livros e essa área morreu. Mas os contadores que avaliaram tendências à época e foram estudar controladoria estão muito bem hoje porque controller é uma das funções mais buscadas hoje. Não foi o contador que morreu, mas o guarda-livros.”

Incorpore tendências da área. Atualmente, por exemplo, é exigido dos profissionais habilidades não somente técnicas, mas comportamentais. “Tolerância a frustração, respeito às diferenças, inteligência emocional e abertura ao diálogo estão em alta”, diz Solto. O CEO da Siemens no Brasil, Pablo Fava, disse ao Valor, por exemplo, que hoje 70% de seu tempo é gasto se relacionando com funcionários e clientes, entendendo como criar um cenário onde todos consigam construir um impacto maior.

6. Avalie e reavalie ciclos
Não se prenda à quantidade de anos para se certificar se um ciclo de carreira foi bem realizado ou precisa ser finalizado, diz Souto. “Se você estiver feliz com o que faz e a empresa com os resultados, um ciclo pode durar dois, três anos ou até dez na mesma posição. Não há tempo certo. O que é preciso é reavaliar periodicamente seus ciclos e buscar algo novo – dentro ou fora – se você sentir que caminha como gostaria.” A headhunter Fatima Zorzato usa a analogia de um rio para a jornada profissional para dizer que muitas vezes é preciso “saltar’, buscando novos desafios e experiências, para não “ficar preso nas árvores que margeiam o caminho da correnteza”.

7. Entenda o que é progresso para você
À medida que as empresas criam estruturas horizontais, eliminam cargos e mudam a jornada do colaborador, é possível que elas alterem também estruturas de reconhecimento, promoção e incentivo, diz Cepellos. À parte da questão de
remuneração, o profissional precisará aprender a lidar com novas formas de progresso – que não necessariamente se medem por uma subida na hierarquia. “E isso vai depender muito do que os satisfaz”, diz.

“Há pessoas que sentem que estão progredindo quanto estão se desenvolvendo, outras quando estão aprendendo muito, outras quando conseguem transitar em diversas empresas e áreas e há ainda aquelas que simplesmente estarão se sentindo bem-sucedidas ao finalmente conseguirem conciliar trabalho com vida pessoal”, afirma Cepellos.

8. Preciso ter plano B sempre?
Com a expectativa de vida aumentando, é muito provável que as pessoas precisem pensar em mais transições de carreira e tenham até três carreiras completamente diferentes ao longo da vida, diz Cepellos. Andrade diz que é uma tendência alta no mercado muitos profissionais irem construindo uma nova carreira (B) em paralelo à atual (A), sem esperar que A seja concluída ou encerrada abruptamente. Ele mesmo é executivo em uma multinacional e concilia a atuação como professor na escola de negócios. “E é possível fazer isso construindo várias carreiras dentro da atual, revisitando o plano periodicamente e buscando qualificações e competências que você acha que serão relevantes. É assim que se vai abrindo caminho.” Maria Silvia Bastos ex-presidente do BNDES, da CSN e da Icatu Seguros diz que todas as experiências que vivenciou ao longo da vida a qualificaram para oportunidades seguintes. “Minha dica é viver ao máximo cada experiência profissional, aprendendo tudo que puder sobre aquele tema, porque aquilo vai ser útil em um próximo momento da vida.”

Por que tantas pessoas sentem dificuldade em dar e receber feedbacks?

Dar feedback somente uma vez ao ano não se conecta mais com a velocidade das mudanças e da dinâmica nas carreiras, que exigem conversas mais frequentes. E esse papel não cabe à área de recursos humanos, mas à própria liderança. Em sua coluna para a Você RH, Rafael Souto, CEO da Produtive, explica como este processo pode ser benéfico para o protagonismo e o engajamento dos colaboradores.

Dar retorno sobre fatos, comportamentos e performance é um mantra corporativo há alguns anos.

Existe um consenso na gestão de pessoas de que quanto maior o volume de feedbacks, melhor fica a percepção dos funcionários sobre sua carreira e a organização. Por isso, as novas práticas organizacionais pregam que o feedback não pode acontecer somente uma vez ao ano junto com as tradicionais avaliações de desempenho. Esse modelo antigo não se conecta mais com a velocidade das mudanças e a dinâmica das carreiras que exigem conversas mais frequentes.

Francesca Gino, uma pesquisadora Italiana e professora da Universidade de Harvard, fez um estudo que releva justamente a importância em modificar essa visão. Quanto mais feedbacks o indivíduo recebe e mais curiosidade demonstra em investigar como isso pode ser aplicado no seu desenvolvimento, mais chances ele possui de obter sucesso profissional. Ou seja, quem é mais curioso se sente mais realizado e tem melhor evolução em sua carreira. A riqueza dos estudos de Francesca nos mostra que a soma de feedback e curiosidade é uma combinação potente para o crescimento profissional.

Nessa direção, o feedback é um ato importante para ajudar indivíduos a estarem mais situados sobre como o seu trabalho está indo e, a partir disso, construírem suas ações.

Mas, por que esse tema recorrente nas organizações ainda está entre as maiores dificuldades na prática de gestão e no desenvolvimento de carreiras?

Uma parte do problema está na crença de um grupo de líderes, que pensam que o desenvolvimento de pessoas é tema das áreas de Recursos Humanos e não encontram agenda para as pessoas. E, como afirma o célebre guru indiano Ram Charan, para descobrir se um líder é orientado a pessoas veja o quanto de espaço ele abre na agenda para conversar sobre o desenvolvimento de seus liderados.

Muitos líderes se ocupam com as metas, rotinas e processos e não abrem espaço para conversas sobre desenvolvimento. Feedback contínuo exige tempo e disciplina.

Outro conjunto de problemas está na forma de fazer. A fórmula base para um feedback é dar informações objetivas baseada em evidências. Evitar generalizações e mostrar o impacto ajudam o interlocutor a compreender o feedback. Também reduz o risco de rejeição e postura defensiva. O norte-americado Simon Sinek, especialista em comportamento, costuma dizer que o feedback deve ser baseado num fato e em demonstrar o impacto gerado.

E se a pessoa não estiver aberta para receber o feedback?

E um desafio igualmente importante é de quem recebe o feedback. É necessário que a pessoa seja capaz de compreender que está recebendo uma informação que pode ser útil para o seu desenvolvimento. Muitos se rebelam contra o autor do feedback, ao invés de processar e ver o sentido daquela conversa. A ausência de protagonismo e falta de controle sobre a própria carreira costumam ser um traço cultural que repele feedbacks e busca culpados ao invés de reflexão.

Como mostrou Francesca nos estudos sobre curiosidade, caberá ao profissional definir as ações decorrentes de conversas que tiver em sua jornada profissional. E, a partir das percepções sobre seu desenvolvimento, construir o seu plano de ação. O feedback não termina quando é realizado. O momento é apenas um ponto de partida para construção de novas ações. A carreira não surge, ela é construída.

O feedback contemporâneo é uma ferramenta poderosa para alimentar os projetos de desenvolvimento. Quando realizado de forma contínua, baseado em confiança e como fonte de reflexão, se torna um instrumento estratégico para a gestão da carreira.

Este é o segredo para aumentar o engajamento na sua equipe

Dar feedback somente uma vez ao ano não se conecta mais com a velocidade das mudanças e da dinâmica nas carreiras, que exigem conversas mais frequentes. E esse papel não cabe à área de recursos humanos, mas à própria liderança. Em sua coluna para a Você RH, Rafael Souto, CEO da Produtive, explica como este processo pode ser benéfico para o protagonismo e o engajamento dos colaboradores.

Durante todo o século 20, o mundo do trabalho foi construído com base em sistemas de carreira oferecidos pela empresa. Uma das estratégias para contratar e manter profissionais era oferecer um plano sequencial de carreira para que o indivíduo pudesse projetar sua trajetória na empresa com uma visão de longo prazo.

Essa lógica não é mais possível.

As profundas transformações dos negócios e a necessidade de rever estruturas derrubou a ideia do plano de carreira da empresa. O colapso da previsibilidade da carreira desafia as estratégias de engajamento e desenvolvimento de pessoas.

Durante quase 100 anos fomos acostumados a exigir das organizações que dessem as cartas sobre o desenvolvimento da carreira. Esse modelo ficou obsoleto. Hoje a ideia central é de protagonismo: o indivíduo deve construir sua carreira e desenvolver prontidão para os desafios que surgirem e que façam sentido para o seu projeto.

Esse cenário soa desolador e solitário para muitos profissionais. Levantamentos mostram que uma parte significativa das pessoas ainda espera o plano de carreira da empresa. E mais do que isso, mudam de empresa quando não percebem essas perspectivas bem definidas.

Um estudo recente da consultoria global Gartner, apontou que 52% dos entrevistados afirmaram que mudaram de empresa porque não viam mais perspectiva de carreira na organização.

Como discutir carreira e engajar pessoas nesse cenário?
O primeiro passo é dar clareza dessa filosofia e ajudar as pessoas a compreenderem que o fato de serem protagonistas não significa que estarão sozinhas. Pelo contrário, conversas mais permanentes devem ser incentivadas para que o profissional possa construir suas reflexões e ações de desenvolvimento.

No início desse milênio, o pesquisador Mark Savickas construiu um novo conjunto de ideias sobre carreira e lançou uma teoria chamada “life design”. A ideia consiste na compreensão da história do indivíduo e dos papeis que ele desempenha na vida. E, a partir dessa reflexão, é possível que ele projete os próximos capítulos dessa narrativa.

Savickas deu um salto quântico no aconselhamento de carreira. Sua grande contribuição foi elevar os modelos que eram baseados em “matching” para o “meaning”.  Ou seja, a reflexão que era focada no enquadramento das pessoas num conjunto de cargos ou profissões para um modelo baseado em significado e compreensão da vida como um todo, e não apenas a vida do trabalho. E a partir dessa compreensão, refletir sobre as estratégias de desenvolvimento e os movimentos de carreira.

Diálogo gera engajamento
Nas organizações, a forma prática de aplicar esse modelo é estimular conversas frequentes entre líderes e colaboradores sobre a carreira. Nesse contexto, entender a história do colaborador e investir tempo para discutir seus interesses de carreira passa a ser a forma mais assertiva e potente para desenvolver e engajar.

Tive a oportunidade de acompanhar uma empresa que estava discutindo os resultados de sua pesquisa de clima. Os dados mostraram que os colaboradores que tinham mais conversas de carreira com seus líderes ao longo do ano tinham uma visão mais favorável da organização, da liderança e da carreira. Os dados de favorabilidade aumentavam exponencialmente entre aqueles que tinham mais do que cinco conversas ao longo do ano. No outro lado, os colaboradores que não tiveram conversas de carreira representaram as piores notas em todos os itens da pesquisa.

Em resumo, o diálogo é a chave para lidar com a nova dinâmica do trabalho. E, no que se refere à liderança, ainda temos uma grande caminhada. No estudo sobre carreira da consultoria Gartner, com mais de 2000 profissionais entrevistados, 78% deles não tinham confiança em seus chefes para ter um diálogo aberto sobre carreira. Além disso, 75% não se sentiam encorajados pelo seu líder a fazer movimentos de carreira quando envolvia uma mudança de área. Esses dados demonstram que o comando e controle ainda prevalece na forma de gerir.

Com as lições de Savickas e os dados de pesquisas podemos afirmar que o líder que desenvolve conversas frequentes procurando conhecer o funcionário e apoiá-lo a construir sua trajetória com interesse genuíno no seu desenvolvimento terá mais chances de engajar e manter seu time conectado.

E a organização tem o papel de oferecer ferramentas a apoiar na construção dessa nova narrativa de carreira. E convém destacar que isso não é o futuro do trabalho. Esse desafio já está aí e precisa ser enfrentado.

Evento – Qual o custo de uma transição errada?

Já pensou qual é o verdadeiro custo de uma recolocação mal planejada? Muitos profissionais se movimentam de forma equivocada por receio de ficar muito tempo fora do mercado de trabalho, pela pressa e necessidade de uma rápida recolocação ou, até mesmo, visando apenas o aspecto financeiro e um cargo maior. O emprego e o salário são, sim, fatores importantes, mas a carreira vai muito além disso.

No dia 25/02, às 19h, o Diretor Executivo da Produtive e especialista em carreira, Fernando Vargas, vai dar dicas importantes para você acertar na recolocação, além de mostrar quais os impactos que um movimento mal planejado podem ter na carreira (e na vida) de um profissional. Entenda:

✅ Quando é a hora certa de se movimentar?
✅ Há como calcular o custo de uma recolocação errada?
✅ A importância do pilar financeiro para uma escolha de carreira assertiva.
✅ Tempo fora do mercado: O vilão das oportunidades desalinhadas.
✅ Quando vale a pena aceitar um cargo ou salário menor?
✅ Qual a diferença entre a Transição reativa e Transição proativa?

As vagas são limitadas, então, acesse o link e inscreva-se agora: https://bit.ly/3bv6EsN.

Quando: 25/02, às 19:00
Onde: online, via Meet

Não perca! Nos vemos lá!

Entrevista de emprego remota: veja como se preparar

Com o distanciamento social, a entrevista por videochamada tornou-se obrigatória e passou a exigir novas estratégias de preparação para garantir um alto desempenho frente ao recrutador. A Newsletter “A Vaga É Sua”, do LinkedIn Notícias, traz a participação de Rafael Souto, CEO da Produtive, que fala sobre o tema e dá insights de como se sair bem em uma entrevista de emprego remota.

A entrevista de emprego costuma ser vista como a etapa mais difícil dos processos seletivos. Não à toa: estar cara a cara com o recrutador requer uma grande dose de serenidade, equilíbrio e autoconfiança. É preciso mostrar as suas competências e, ao mesmo tempo, lidar bem com as suas próprias vulnerabilidades.

Esse velho desafio mudou de figura na pandemia. Com o distanciamento social, as entrevistas por videoconferências viraram rotina e passaram a exigir novos métodos e estratégias de preparação para o “encontro” com o recrutador.

A primeira novidade é que, ao contrário do que ocorre na entrevista presencial, o candidato passa a ter responsabilidade sobre o ambiente em que a conversa vai acontecer. Dentro do “ambiente” estão contidas variáveis tão diversas quanto a luminosidade do recinto, o enquadramento da imagem na webcam, a qualidade do áudio do microfone e até a estabilidade da conexão à internet.

Diante do novo normal no mundo do recrutamento, que inclui até videocurrículos, o profissional que busca uma vaga de emprego precisa estar minimamente familiarizado com tecnologia. E não basta a experiência dos bate-papos por Zoom ou Skype com familiares e amigos: é preciso saber manejar essas ferramentas também em um contexto profissional.

“Algumas das ferramentas de videoconferência exigem que se faça um cadastro ou download de aplicativo para serem usadas, então é importante verificá-las com antecedência para garantir que não haverá atrasos”, recomenda Juliana Ribeiro, gerente da empresa de recrutamento Page Personnel.

Outros cuidados técnicos indispensáveis incluem checar o nível de bateria do celular ou computador, a qualidade da conexão da internet e o funcionamento de acessórios como webcam, microfone e fone de ouvido.

Na visão de Rafael Souto, CEO da consultoria Produtive, a necessidade de se adaptar a essas novas ferramentas deve ser entendida não como “mais uma obrigação”, mas como uma oportunidade de evolução profissional.

“Para alguns profissionais que não acompanhavam tendências tecnológicas, o uso dessas plataformas de comunicação se tornou mais corriqueiro, o que acabou acelerando essa mudança e diminuindo a resistência em aprender”, explica ele.

▶ Apresentação visual importa (ainda) mais

O conforto de estar em casa pode levar muitos candidatos a “relaxar” em alguns detalhes importantes para projetar uma boa imagem profissional. Segundo Juliana, estar no seu ambiente doméstico não elimina a necessidade de cuidar da roupa que você vai usar na entrevista, por exemplo.

“Já passei por situações em que o candidato entrou na videoconferência com o cabelo desarrumado e vestindo uma camiseta para uma entrevista que deveria ser mais formal”, conta a headhunter. “Em outra situação, o profissional ficava andando pela casa enquanto falava pelo vídeo”. Atitudes como essas — inofensivas em outros contextos — podem causar uma imagem negativa e até comprometer a aprovação no processo seletivo.

A recomendação sobre o “dress code” continua sendo a mesma que já valia antes da pandemia, explica Thiago Sebben, sócio da Talent Search. “Entenda qual é a cultura da empresa para a qual será entrevistado”, diz ele. “Numa entrevista para um banco tradicional, é natural usar camisa social, gravata, paletó, mas você deve usar roupas mais informais caso se trate de uma startup, por exemplo”.

Além de cuidar da aparência pessoal, também é importante prestar atenção ao local da casa em que você fará a entrevista.

A recomendação dos recrutadores é que o local escolhido seja claro e organizado, e que a câmera esteja posicionada na altura dos olhos, de forma a mostrar seu rosto inteiro e uma parte do tronco.

Outra dica é posicionar a câmera de frente para uma parede lisa, ou então usar um fundo padrão disponível em algumas plataformas de videoconferência. Cuidar da iluminação do ambiente também importa. Ficar de costas para uma janela pode fazer com que o vídeo fique escuro demais, por exemplo.

O objetivo é criar uma imagem neutra, serena, profissional e sem distrações capazes de atrapalhar a fluidez da conversa com o entrevistador.

▶  Aproveite as vantagens de estar atrás da tela

Apesar de exigir preocupações e cuidados até então desnecessários, a entrevista a distância também oferece algumas oportunidades. A primeira é usar o tempo que seria gasto com o deslocamento até o local do processo seletivo para se preparar.

“Sobra mais tempo para se planejar, treinar, pesquisar sobre a empresa e sobre a oportunidade”, lembra Juliana. “Além disso, ao fazer entrevista de casa, o profissional está em um ambiente onde se sente mais confortável, o que por si só já ajuda a diminuir o nervosismo”.

Sem a necessidade de se dirigir a um local físico, também desaparece o risco de se atrasar por causa do trânsito. Isso é uma grande vantagem para garantir um detalhe que continua fazendo toda a diferença para a imagem do candidato, com ou sem pandemia: a pontualidade.

“Chegar na hora certa é um aspecto básico que precisa ser garantido”, diz Thiago. Para ele, é imprescindível que o candidato esteja disponível na “sala virtual” em que vai acontecer a entrevista com alguns minutos de antecedência.

A pontualidade sempre foi um ponto importante nos processos seletivos, mas se tornou ainda mais decisiva em meio à pandemia. Isso porque, com o home office, o número de reuniões tende a aumentar, o que faz com que a agenda do entrevistador tenha que ser cumprida com mais rigor.

“Já passei por situações em que o candidato foi acessar o link para a entrevista na hora em que ela já deveria estar começando”, conta Juliana. “Se acontecer algum problema técnico para ele entrar, a solução pode demorar e atrasar a entrevista, com impacto para a agenda do entrevistador”.

▶  E se acontecer um imprevisto?

Segundo Amanda Adami,  gerente de recrutamento da Robert Half,  o profissional precisa tomar todos os cuidados prévios que estão no seu controle. Nem todas as questões, porém, estarão ao seu alcance.

Falhas na conexão da internet, queda na energia da casa ou ruídos produzidos pela reforma de um apartamento vizinho, por exemplo, podem acontecer.

Se houver um imprevisto, o conselho de Amanda é manter a calma, fazer contato com o recrutador e explicar a situação com franqueza. “Algo de positivo que a pandemia trouxe é que, em geral, as pessoas estão mais empáticas e compreensivas”, diz ela.

Outra dica é garantir que o entrevistador tenha mais de uma forma de entrar em contato com você. “Sempre é indicado pensar em um plano B”, diz Rafael. “Além da internet de casa, vale ter um pacote de dados, por exemplo, para garantir que a comunicação não seja interrompida caso a conexão sofra interferências”.

A depender do cenário, porém, é melhor não insistir.  Se as interrupções forem constantes ou difíceis de contornar, é mais indicado remarcar a conversa para outra data. É mais provável que você tenha um desempenho melhor na entrevista e, portanto, tenha mais chances de ser aprovado na seleção.

▶  Dá para criar vínculo com o recrutador pela tela?

Uma pesquisa conduzida pela consultoria Robert Half mostrou que um terço dos recrutadores veem os processos seletivos 100% online como mais rápidos do que os que incluem etapas offline. Por outro lado, a maior desvantagem apontada por eles é que ficou mais difícil conhecer o profissional pela falta do “olho no olho”.

Quando ocorre de forma presencial, a entrevista serve como oportunidade para manter contato visual com o candidato, observar sua linguagem corporal – o que possivelmente pode criar empatia e vínculo entre as duas partes.

Fica então a dúvida: é possível estabelecer uma conexão realmente humana com o entrevistador pelo vídeo? Para os especialistas ouvidos pela série “A Vaga É Sua”, a resposta é sim.

“Dá para quebrar o gelo se você buscar ter o máximo de naturalidade possível e apostar na simpatia”, diz Rafael. Saber ouvir também é essencial. “Falar sem parar, interromper a pessoa que está falando ou olhar para outra direção que não seja para o recrutador são atitudes que causam má impressão”, completa ele.

Para compensar o “olho no olho”, o candidato precisa caprichar na comunicação verbal. A dica de Juliana é observar fatores como a entonação do discurso, a velocidade da fala e a disposição para a escuta.

“O ideal é que o candidato consiga se apresentar de forma confiante e natural, o que irá garantir a atenção do entrevistador e também dará uma noção também sobre o seu perfil comportamental”, conclui.

O que é preciso fazer para atuar como professor?

A possibilidade de atuar como professor é uma das mais cogitadas por profissionais que buscam um plano B de #carreira, mas algumas condições são necessárias para que esta experiência seja viabilizada no século XXI. Alguns profissionais têm saído da zona de conforto e se atualizado no decorrer dos anos, se aperfeiçoado no uso das tecnologias e, em tempos de distanciamento social, esta não é só uma opção, mas um ponto crucial para exercer a atividade. Veja as dicas que o nosso Consultor de Fontes Alternativas de Renda, Nelmar Vaccari, oferece para os que estão interessados em atuar no mundo acadêmico.

Qual o momento de carreira que posso atuar como consultor?

Uma das possibilidades de trabalho para o profissional contemporâneo é a atuação como Consultor e existem alguns fatores, como a credibilidade do profissional, que podem impactar na aceitação do mercado. O nosso Consultor de Fontes Alternativas de Renda, Nelmar Vaccari, fala sobre este assunto no Produtive Carreira LAB de hoje!

Como saber se tenho perfil para ser empreendedor?

Pelo menos, uma vez na vida, alguém já pensou em abrir o próprio negócio. Existem diversos tipos de empreendedores, mas há um fator determinante e comum em todos eles. No Produtive Carreira LAB de hoje, nosso Consultor de Fontes Alternativas de Renda, Nelmar Vaccari, fala sobre o assunto e nos diz qual é esse fator e como é um perfil profissional que se encaixa bem para o andamento de um negócio. Dê play no vídeo e confira!