Problemas? Adoro!
O consultor de carreira sênior da Produtive, Francis Nakada, participa de reportagem sobre a gestão de problemas, publicada na revista Supermercado Moderno.
Saiba porque gostar de problemas é bom para seu negócio
Qual seria sua reação se alguém dissesse que você precisa gostar de problemas? Acharia, no mínimo, estranho. Não é para menos. A maioria das pessoas ainda se sente insegura diante deles. O que poucos entendem é que os problemas podem impulsionar o sucesso de profissionais e de empresas. Uma das pessoas que defendem essa linha de pensamento é o escritor e palestrante Roberto Shinyashiki. Afinal, enfrentar um problema pode levar as equipes a sair da caixa e buscar soluções inovadoras. Mas, para isso, é preciso garantir um ambiente de trabalho favorável, em que seja possível errar sem constrangimento. Quando isso não existe, ocorre justamente o oposto. Nesses casos, a primeira atitude diante de um problema é fugir, como explica Francis Nakada, consultor sênior da Produtive Carreira e Conexões com o Mercado. Depois, o profissional tenta passá-lo adiante e, na sequência, vem a procrastinação de quem está com a batata quente nas mãos. Boa parte desse comportamento se explica por questões culturais. “A palavra problema já vem carregada de sentido negativo. Junto vem o medo de errar, de se frustrar e de não saber como agir”, explica Maria Amália Forte Banzato, especialista em Psicologia Social e fundadora e diretora do Espaço Ser e Integrar.
De cara com o problema
A postura diante do problema separa o empresário de sucesso dos demais. O consultor Francis Nakada acredita que problema não é um bicho de sete cabeças. Ele chama atenção para o fato de que, em muitas empresas, eles são institucionalizados.
Aquela velha história de que sempre foi assim é fruto da acomodação de toda a estrutura. Quando isso acontece, nenhuma inovação surge. “Os processos criativos geralmente acabam sendo gerados após um desconforto”, explica Nakada.
Acompanhar o desenvolvimento do funcionário e da empresa, promovendo uma evolução constante de ambos, ajuda a mudar a forma de encarar os problemas. “Eles sempre vão existir”, afirma Nakada. “A implantação de um novo sistema de gestão ou de logística, por exemplo, não significa que os problemas vão acabar de vez. Aquelas dificuldades vão embora, mas surgirão outras. É esse olhar que precisa ser frequente para se ter um espaço de discussão, no qual as novas soluções sejam criadas”, completa o consultor. Há, portanto, muitas vantagens em transformar as dificuldades em alavancas positivas para o negócio e os colaboradores. É por isso que o escritor Shinyashiki vê o sucesso vindo de questões problemáticas. “Você tem que crescer quando os problemas surgem”, recomenda.
Amigo do Problema
As empresas têm papel importante para ajudar os funcionários a enfrentar o medo de problemas. Para Nakada, é preciso incentivar uma discussão aberta, envolvendo todos os times, e não apenas setores específicos. Mas essa mudança precisa vir de cima para baixo. “O corpo diretivo deve estimular, além da solução de problemas, a abertura a novas ideias. Desse modo, o profissional acaba se sentindo à vontade para expor algo que pode ajudar sua área e as demais”, afirma o consultor.
Ao compartilhar problemas, o senso coletivo ganha força. “Essa sinergia é fundamental porque acaba com a cultura de buscar um culpado. A ideia não é fazer uma caça às bruxas”, completa Nakada.
Entre as iniciativas para criar um ambiente favorável à discussão, segundo a consultora Maria Amália, estão conhecer bem o papel de cada integrante e ter conhecimento dos objetivos a ser alcançados. Também é essencial entender o quanto as diferenças contribuem para integrar os mais variados pontos de vista e habilidades. Soma-se a isso o trabalho em equipe, com todos entendendo que o sucesso de uma empreitada acontece quando as competências são somadas.