NEWSLETTER CARREIRA EM DEBATE – MAIO 2017
Há alguns anos, sem as redes sociais e o suporte da tecnologia, os profissionais se baseavam muito na marca da empresa. O sobrenome do profissional era o corporativo. Com o advento dessa nova onda, o cenário mudou, principalmente quando o ponto é sair da zona de conforto e trabalhar o protagonismo em carreira.
Na versão online das nossas vidas, é indispensável ter um perfil. Aliás, um não, vários. Convenhamos que até para anunciar a venda de um veículo ou uma peça de roupa que não usa mais, é necessário que o comprador saiba sobre você.
No que tange à exposição nas redes sociais, nem todos são adeptos, principalmente, as gerações antevindas dos millennials. Mas, para quem já se aventura nesse mundo, ao se expor, é preciso ter muitas doses de cuidado, pois a balança pode pender para o lado positivo ou negativo. Afinal, as faces pessoal e profissional não andam separadas, independente da mídia digital na qual você se encontra. Para esclarecer esse tema aos leitores do Carreira em Debate, entrevistamos dois especialistas em marca pessoal que dão dicas valiosas.
A especialista e coach em LinkedIn, Luciane Borges, afirma que a forma como a pessoa se posiciona faz toda diferença. “Quando lidamos com redes sociais, falamos com muita gente, com a massa. A disseminação é muito rápida. Qualquer comentário feito, pode prejudicar a imagem do profissional. Mesmo que a intenção seja A, ela pode ser interpretada como B, C ou D. Tudo dependerá da percepção de quem está lendo”.
Já quando a pessoa tem essa marca consolidada, fica mais fácil de reverter esse tipo de ruído. “Conheço diversas casos de executivos que tiveram a defesa dos próprios seguidores quando algum comentário na rede distorceu a intenção de comunicação”, diz ela.
Esse provável acontecimento acaba afastando ainda mais alguns profissionais dessa construção de marca. Mas, não é só esse o empecilho. Luciane explica que muitos executivos C-Levels têm medo de exposição, ficam muito preocupados com a privacidade e não sabem por onde começar. “Vencer essa barreira é um dos principais pontos que precisa ser trabalhado por profissionais que querem se destacar e construir a sua marca pessoal nas redes”.
É muito comum que jovens tenham mais facilidade, no entanto, acabam deixando a privacidade de lado. “São os extremos. Enquanto uma geração é totalmente aberta a esse tipo de ação, a outra se mantém isolada. Em ambos os casos, é necessário o equilíbrio”, alerta a coach. Afinal, os executivos possuem uma bagagem muito grande. Sabem falar com propriedade o que deu certo e errado e isso é enriquecedor.
Para Stefan Ligocki, especialista em personal brand, o profissional que trabalha a sua marca se diferencia no mercado e esse fator pode ser a virada da chave para a conquista de diversas oportunidades, incluindo a de um emprego ou de negócios.
Um exemplo é quando os recrutadores avaliam os perfis nas redes para verificar as pegadas digitais dos profissionais. “Os comentários, posts, curtidas e compartilhamentos têm de estar inseridos na neutralidade dos assuntos. Ou seja, se uma pessoa faz comentários preconceituosos de qualquer natureza, a imagem dela fica comprometida. É a primeira preocupação que o profissional deve ter para construir uma boa reputação”, indica ele.
Ligocki explica que essa marca é constituída por características naturais, sejam positivas ou negativas, somada a atributos adquiridos ao longo da vida, como conhecimento e experiência. Nesse sentido, ele diz que quando o profissional tem ciência de seus pontos a serem melhorados, fica mais fácil gerenciar a sua imagem e não perder oportunidades.
Por isso, vale o alerta de não depor contra a sua própria imagem. “De nada adianta ser um profissional competente, se ele for ranzinza e mal-humorado com os seus clientes. Ele vai perder em termos de referência”.
Assim, na esfera offline das relações humanas, quem também tem uma personalidade agradável eleva muito a sua visibilidade e atratividade digital.