NEWSLETTER CARREIRA EM DEBATE – NOVEMBRO 2016


Negócio próprio, atividades autônomas, trabalhos em projeto e gestão interina estão entre as oportunidades encontradas por executivos que buscam uma segunda carreira

As fontes alternativas de renda têm se consolidado, cada vez mais, como uma forte estratégia de carreira. Transformar conhecimento em trabalho, seja como consultor, empreendedor, investidor, docente ou qualquer outra forma de produzir e gerar renda na economia já é uma opção para boa parte dos profissionais. Nos próprios escritórios da Produtive, essa acaba sendo a escolha de cerca de 12% dos assessorados, segundo estudo realizado internamente.

“Isso reflete o pensamento contemporâneo sobre como produzir e construir valor na economia. Há um tempo, grande parte das pessoas que abriam negócio próprio ou seguiam para outras fontes de renda, o faziam por falta de oportunidades no mercado. Hoje, existe planejamento para isso e, principalmente, a consciência de que é possível ter uma carreira estruturada longe do emprego tradicional”, avalia Rafael Souto, CEO da Produtive.

Para Rafael Souto, os profissionais têm compreendido que a trabalhabilidade é a estratégia de sustentação da carreira no longo prazo porque, em algum momento, eles serão confrontados com a necessidade de trabalhar de outras formas. “O desafio é se livrar do ‘vício’ do emprego, fugindo da estagnação que esse modelo gera”, observa.

E esse é um movimento cada vez mais realizado por profissionais de destaque. Paulo Amorim, ex-executivo com atuação global na Dell, e atualmente consultor, palestrante idealizador da Parallax, compartilha a sua experiência e explica por que o planejamento é fundamental para quem deseja partir da vida executiva para uma segunda carreira.

“Eu tenho uma história tradicional de carreira. Comecei a trabalhar na área de Recursos Humanos muito cedo, aos 18 anos, e partir daí, segui o que eu chamo de “trilho” para ser um profissional de Recursos Humanos dentro de organizações. Eu me tornei um profissional generalista logo no início, como um consultor em Recursos Humanos que tratava de todos os subsistemas. E esse foi um dos primeiros momentos em que me questionei, até sem querer, por que temos de fazer uma única coisa. Naquela época – e até hoje – o RH ainda era mais especialista. E, para que isso fosse possível, eu tinha de ser chefe e isso me levou para uma segunda etapa na minha carreira, como chefe de RH em um hospital. Isso tudo no início dos anos 1990, quando eu tinha cerca de 26 anos. E a partir daí a minha carreira profissional foi construída em empresas como a Gerdau e Coca-Cola.

Quando veio o convite da Dell Computadores, que chegou ao Brasil em 1999, foi para uma oportunidade de Diretor Executivo. Naquela época, a empresa tinha cerca de 250 funcionários no Brasil. A história foi muito interessante, pois quando eu fui convidado, já haviam passado alguns diretores no período de três anos. A empresa cresceu muito e multiplicou várias vezez op número de funcionários na região.

Em 2011, fui convidado para assumir a diretoria executiva da América Latina – aí entraram mais 12 operações, com um total de quase 10.000 funcionários. Eu assumi o RH e era um RH estratégico, que atuava com os business partners. E, em meados de 2013, me convidaram para assumir como executivo global do segmento de manufatura, qualidade, engenharia e supply chain. Então assumi um pilar global da Dell, com cerca de 40.000 funcionários e fiquei com Índia, China, Cingapura, Malásia, Taiwan, Irlanda, Polônia, Vale do Silício e América Latina. E foi muito legal. Toquei essa estrutura até 2014, quando percebi que a segunda carreira que havia traçado para mim, lá atrás, em 2000, estava desaparecendo. Na época, tomei a decisão de criar uma segunda carreira, que foi ser professor e palestrante. Sempre me preocupei com isso e nunca fui conformado com aquilo de ter de se dedicar a só uma atividade/ organização. E sempre fiz muitas palestras também, devido à minha experiência, inclusive fora do Brasil. Aí surgiu a minha carreira secundária, voltada a dar aulas e palestras. Investi bastante nisso, fazendo um mestrado inclusive.

Assim, em 2014, eu decidi que a minha vida global não me permitia mais fazer nada disso. E isso sem falar da parte de lazer, já que sou motociclista e tenho vários outros hobbies que adoro e para os quais não tinha mais tempo. Então eu era muito bem-sucedido, mas senti necessidade de mudar. Ali me dei conta de que estava olhando para apenas um trilho. Assim decidi sair e apostar nessa minha segunda carreira. Fiz uma transição bastante tranquila na Dell e fui investir no que fazia mais sentido para mim naquele momento, pois não queria ter apenas uma carreira e já não era mais possível conciliar. Ali me dediquei às outras carreiras que queria ter. Refletindo agora, desde o início nunca consegui fazer uma coisa só e nunca acreditei que carreira deveria ser uma só.

Assim, em 2015 fiz um curso de coaching internacional, voltei a dar aulas, comecei a escrever livros e a atuar como mentor. E fui me permitindo fazer coisas que ainda não tinha feito. Até um pet shop abri. Ou seja, de executivo me tornei empreendedor. Abri recentemente com uma sócia uma consultoria com foco na carreira do público mais jovem, sou mentor, escritor e consultor. E, com isso, não existe mais uma única coisa que me caracterize hoje como profissional. E mais: farei tudo aquilo que fizer sentido na minha vida. E isso representa nada mais do que o perfil do profissional contemporâneo.

É claro que o primeiro ano longe da vida executiva foi difícil, pois eu mesmo tive de pagar meu salário, mas as coisas naturalmente foram caminhando depois. E tudo isso só foi possível porque houve planejamento. Desde o início dos anos 2000 eu pensava nisso. E sempre investi muito em rede de conexões também. Tenho até um Sistema pelo qual, a cada dois meses, envio uma mensagem para manter ativo o contato com as pessoas. Então, o planejamento de carreira continua sendo fundamental. E outro ponto importante é o desapego: eu tenho um desenho para as minhas atividades decolarem. Se isso não acontecer, eu viro a chave e volto para o mercado executivo. Por quê? Porque existe um limite e eu tenho uma reserva financeira. É claro que as pessoas também têm de pensar nisso muito bem. Então esse é outro conceito de vida que eu tenho: para mim, não existe isso de que ou você tem sucesso ou você tem fracasso. É importante também saber virar a chave.

E penso que as pessoas, principalmente os mais jovens, precisam olhar suas carreiras assim. Não de uma forma inconsequente, mas com planejamento e, se algo não der certo, temos de estar abertos para replanejar.”

 

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