Crise econômica tem influência sobre a satisfação do profissional
O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Carreira da Produtive realizou um estudo que revela os níveis de satisfação com o trabalho, os motivos e o perfil dos profissionais que buscam o serviço de outplacement.O levantamento contou com a participação de quase 550 profissionais que contrataram os serviços de outplacement da Produtive entre 2014 e 2017. Nele, foi possível analisar três aspectos envolvidos na busca do profissional por uma nova oportunidade no mercado de trabalho: a motivação para buscar um serviço de outplacement; os níveis de satisfação dos profissionais com o seu trabalho; e os processos de demissão.Pesquisa da Produtive mostra que a crise econômica tem influência sobre a satisfação do profissional e para a busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho
Motivações para a busca de outplacement
O primeiro aspecto analisado pelo estudo foram as motivações que levam à busca pelo serviço de outplacement, dentre as quais tiveram destaque: recolocação profissional (59,1%), referência – quem recebeu o benefício do serviço pela empresa que o demitiu – (32,2%), e planejamento de carreira (36,1%)Frequência de citação dos motivos por ano de coleta de dados
Satisfação com o trabalho
O outro aspecto analisado pelo estudo foram os níveis de satisfação com o trabalho. As médias indicam que quem ainda está trabalhando está mais insatisfeito com o seu trabalho do que aqueles que já foram demitidos. Para a análise ser realizada, foram consideradas cinco questões: relacionamento com colegas, relacionamento com a chefia, salário, natureza do trabalho, e promoções. A tabela abaixo mostra as diferenças entre os grupos em cada um dos aspectos avaliados.
Nota. * indica que a diferença entre os grupos não é estatisticamente significativa
Dessa forma, a probabilidade de insatisfação de profissionais empregados é maior do que aqueles que estão desempregados. A amostra é de que 60% dos profissionais empregados tinham chance de estarem mais insatisfeitos com as promoções; cerca de 62% com os colegas, 69% com o salário; e tanto os profissionais empregados como os desempregados tinham a mesma chance de estarem insatisfeitos com seus chefes.Embora as maiores diferenças de médias entre os profissionais desempregados e os empregados seja em relação à satisfação com os colegas, a diferença mais importante entre quem foi demitido/saiu do emprego e quem está empregado é o nível de satisfação com o interesse despertado pelas tarefas, com a capacidade de elas absorverem o trabalhador e com a variedade das mesmas.Na opinião de Manoela Ziebell, líder da pesquisa e integrante do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Carreira da Produtive, a situação de emprego, a qual ficou prejudicada com a crise econômica no Brasil, desde 2014, também tem influência sobre a satisfação do profissional e determina a motivação para a busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho. “A mudança não é radical, mas mostra o impacto que o mercado tem sobre as carreiras individuais”, afirma.
Processos de demissão
A pesquisa revelou ainda que dentre os profissionais desempregados (46,2%), 81,6% haviam sido demitidos. Desses, 78,2% informaram compreender os motivos para que a demissão ocorresse e a maioria também avaliou que o processo de demissão foi bem conduzido (75,9%). No entanto, apenas 63,9% dos profissionais relataram ter recebido feedback sobre seu trabalho na organização quando foram desligados. Do total de demitidos, 50,9% receberam o benefício de demissão responsável (processo de outplacement financiado pelo demissor).