Mais do que falar sobre o futuro do trabalho é preciso agir


Em seu novo artigo para o Valor Econômico, Rafael Souto aborda o protagonismo do indivíduo como umas das tendências do novo mundo de trabalho.

Temos um vasto repertório de informações para projetarmos o futuro num mundo em rápida transformação. O exercício de pensarmos o impacto dessas mudanças no trabalho é importante para indivíduos e organizações refletirem e definirem suas ações.

O ensaísta e professor Thomas Malone do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, escreveu um premiado livro chamado “The Future of Work” (O Futuro do Trabalho), que traz várias tendências a conhecimento.

A primeira questão essencial é o papel do indivíduo nas escolhas de sua carreira. Cada vez mais as pessoas querem escolher seu trabalho e participarem ativamente dos movimentos que acontecem dentro das organizações. Do ponto de vista do profissional, isso significa mais protagonismo. Afinal, a pessoa é responsável pelo desenvolvimento de sua carreira.

Essa consciência é oposta aos modelos antigos baseados no plano de carreira da empresa, substituindo uma visão paternalista das organizações por um modelo de participação ativa do indivíduo.

Para que isso aconteça, precisamos preparar líderes para escutarem os interesses e as possibilidades de contribuição das pessoas. Quando observamos a realidade das lideranças ainda temos chefes que operam no modelo de comando e controle. Pensam que sabem o que é melhor para as pessoas e agem de forma impositiva.

Uma pesquisa conduzida pela consultoria Gartner, na América Latina, mostrou que o principal fator de desmotivação das pessoas é a falta de oportunidades e perspectivas de carreira, correspondendo a 52% os pedidos de demissão e troca de empresa. Por isso, antes de pensarmos em retenção de talentos, teremos de preparar lideranças para engajar pelo diálogo transparente sobre carreira.

Outra tendência sobre os rumos do trabalho é a descentralização do poder. Em sua obra, Malone afirma que o futuro da gestão será construído na transição do modelo baseado em comandar e controlar para o de coordenar e cultivar. Novas habilidades serão exigidas para vencer em um ambiente em que as pessoas poderão escolher os seus próprios chefes e participarem diretamente das decisões importantes da empresa. Esses trabalhadores não serão necessariamente funcionários e sim profissionais autônomos conectados por meio da tecnologia, morando e produzindo onde e quanto quiserem.

No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, essa liberdade nos negócios e essa nova forma de produzir permitirão que as pessoas obtenham mais do que realmente querem da vida: dinheiro, trabalho interessante, chance de ajudar as famílias e os outros.

A visão de Malone ainda parece distante da realidade. Quando pensamos numa parcela significativa das lideranças, concluímos que precisaremos de uma mudança de modelo mental. Construir estruturas flexíveis, menos hierárquicas, focadas na contribuição dos profissionais e com poder descentralizado ainda correspondem a um pequeno grupo de empresas que figuram nas páginas das revistas e dos eventos de gestão de pessoas. Na imensa maioria das empresas o modelo hierárquico e piramidal ainda prevalece.

Como terceira tendência nesse universo, e que parece ser cada vez mais irreversível, é a transformação do próprio modelo do emprego.

Um estudo recente da consultoria global McKinsey revelou que 80% da força de trabalho no mundo será impactada pelas mudanças provocadas por automação de atividades. Existem diversas projeções nessa direção, sendo algumas quase apocalípticas. Independente dos números, todos os profissionais serão afetados.

Essas transformações somadas ao aumento da longevidade e a decadência dos modelos de previdência pública impõem a construção de estratégias para buscar trabalho por muito mais tempo. A ideia de emprego tradicional não pode ser a única estratégia de geração de renda. Todos os profissionais precisarão construir um plano alternativo de trabalho, seja prestando serviços para uma empresa ou para várias organizações em tempo parcial, ou ainda montando seu próprio negócio. O formato não vai importar. O mais significativo será a capacidade de gerar renda e seguir produtivo na sociedade, algo muito além do emprego.

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