Home office: um guia prático para adotá-lo em sua empresa
Home office é uma tendência e vem ganhando espaço em muitas empresas, apesar disto ainda é uma prática muito questionada. Claudia Monari, diretora de operações da Produtive, fala sobre os benefícios de adotar o home office nas empresas para o portal IT Fórum
Apesar de ser considerado uma tendência e fazer parte da rotina de empresas dos mais diversos setores, o home office ainda é muito questionado. Para investigar o tema, professores da Universidade de Stanford decidiram estudar o caso da Ctrip, agência de viagens chinesa que possui mais de 20 mil funcionários e implementou um projeto-piloto sobre o assunto. A companhia separou os colaboradores em dois grupos: o primeiro, trabalhou no sistema de trabalho remoto durante nove meses; já o segundo permaneceu no esquema tradicional. Como resultado, aqueles que trabalharam remotamente tiveram uma produtividade 13% superior aos demais funcionários.
Já no Brasil, entre os funcionários que trabalham de casa – segundo o estudo Global Evolving Workforce que entrevistou cinco mil profissionais de pequenas, médias e grandes empresas -, 49% sentem menos estresse, 45% dirigem menos, 33% dormem mais e 52% têm mais tempo para a família. “As empresas que colocam em prática o home office ganham produtividade e otimizam os custos, já que os gastos com deslocamento diminuem e os funcionários conseguem aproveitar melhor o tempo. Mesmo as companhias mais tradicionais vão ter que pensar nisso um dia”, explica Claudia Monari, diretora de operações da consultoria Produtive.
Porém, apesar dos benefícios, adotar um projeto desse tipo não é uma tarefa fácil. Segundo Claudia, o processo envolve maturidade, mudanças de gestão e adoção de tecnologias. “Não é simplesmente começar a trabalhar de casa. A empresa precisa avaliar os processos e entender se está apta para o modelo”, ressalta. Veja, a seguir, como colocar o home office em prática:
Analise a empresa
O primeiro passo é avaliar a rotina e o modelo de negócio da companhia. Caso a organização dependa da produção de mercadorias, por exemplo, o home office não é uma boa opção para todos os funcionários. Já para empresas totalmente voltadas para serviços e que dependam apenas de internet ou de softwares na nuvem, o trabalho remoto pode funcionar para todos.
Crie um projeto-piloto
Depois de avaliar o negócio e considerar quais áreas permitem o trabalho remoto, é importante criar um projeto-piloto, que leve em conta as políticas da empresa e boas práticas do novo modelo. Observar companhias que já oferecem o benefício é uma boa forma de começar. A política deve conter, além das regras e obrigatoriedades da lei, como pagamento de hora extra e fornecimento de equipamentos, uma lista com os recursos necessários para assegurar que o trabalho remoto seja efetivo – como softwares e aplicativos. Com o tempo, o modelo pode sofrer alterações para se adaptar às necessidades do negócio.
Conscientize os funcionários
“Os profissionais precisam conhecer bem o modelo e passar por uma mudança cultural para entender que os resultados continuam e são ainda mais importantes nessa nova fase”, ressalta Claudia. Para isso, é importante investir em treinamentos, palestras e em comunicações exclusivas sobre o tema, que tirem todas as dúvidas dos colaboradores. O desempenho passa a ser medido por resultados e não por horas trabalhadas, por exemplo.
Use a tecnologia
“Em projetos de trabalho remoto, a tecnologia é fundamental. O funcionário precisa ter estrutura para conseguir trabalhar, com computador, internet, celular e softwares que ajudem na comunicação”, explica Claudia. É importante, ainda, que os colaboradores continuem se falando e não sintam que estão sendo deixados de lado. Nesse sentido, tecnologias como videoconferência, chats e aplicativos que auxiliam na criação de projetos e gerenciamento de tempo são essenciais.
Fique atento às mudanças de gestão
Para manter a produtividade é importante que os líderes das áreas envolvidas estejam sempre presentes, acompanhando os resultados e orientando os colaboradores. “É preciso ter a consciência de que cada funcionário tem o seu ritmo, e que reuniões semanais, por exemplo, podem ser importantes para alinhar as tarefas”, completa.