Como manter sua competitividade no longo prazo
O termo ambidestria organizacional não é novo. Surgiu há mais de 30 anos e foi descrito por Robert Duncan como uma característica essencial para as empresas. Uma organização ambidestra é aquela que dedica tempo para aumentar sua eficiência operacional e também consegue colocar energia na exploração de ideias disruptivas e transformadoras. Significa cultivar em equilíbrio a sobrevivência no curto prazo com iniciativas que permitam a empresa se manter competitiva no longo prazo. É comum que as lideranças queiram fazer escolhas e priorizar iniciativas de explotação (refinamento das atividades operacionais) ou exploração (buscando inovações e descobertas). A ambidestria é a arte de fazer as duas.
O conceito de ambidestria também traz reflexões importantes na gestão da carreira. Num mercado de trabalho cada vez mais exigente e em transformação acentuada ser ambidestro é fundamental. Um profissional ambidestro é aquele que adota a postura de aprendiz permanente. É o chamado modelo mental de aprendizagem.
A ambidestria pode ser aplicada na gestão de carreira permitindo que o profissional se adapte às mudanças rápidas do mercado de trabalho e também explore possibilidades de se manter atrativo no longo prazo.
Ser ambidestro na carreira significa adotar uma postura de aprendizagem e evolução.Usando as definições de ambidestria, temos várias aplicações na condução da estratégia de desenvolvimento profissional.
A primeira é identificar habilidades técnicas e comportamentais que precisam ser reforçadas para manter a competitividade da carreira. Essa visão de reforço da chamada área foco (core) da carreira é essencial. No conceito de ambidestria significa a explotação. Nela, o objetivo é melhorar o nível das atividades atuais. O protagonista na carreira é aquele capaz de definir ações para desenvolver essas habilidades. Feedbacks e avaliações de desempenho são ótimas ferramentas para provocar reflexões sobre pontos de melhoria.
A base de uma carreira sólida está na busca de melhorias e numa entrega consistente de resultados.
Já as iniciativas de exploração na carreira significam observar tendências e buscar inovações. O profissional ambidestro é aquele que se posiciona como um explorador. Para isso, a curiosidade é fundamental. Para inovar é preciso ter uma atitude inquieta para mapear tendências e oportunidades. Pode significar fazer um curso para incorporar algo novo na carreira, como também participar de um projeto para desenvolver um conhecimento. Todas as áreas se transformam. Identificar tendências e buscar se conectar com as iniciativas disruptivas é uma competência essencial para o profissional contemporâneo.
O que há de novo na minha área? O que está vindo pela frente? Quais são as tendências da minha área? O que outras áreas estão fazendo que podem ser inspirações para o meu trabalho? Existem outras áreas que podem ser interessantes considerando uma mudança de carreira? Essas são algumas perguntas para incentivar a exploração.
O networking é uma fonte rica para busca de informações sobre tendências e inovações.
Também faz parte da ideia de exploração na carreira a observação de fontes alternativas de trabalho e mudanças de carreira. O profissional ambidestro é capaz de construir novas formas de contribuir no mercado. Mesmo que não as execute no curto prazo. O emprego não é a única alternativa. A exploração de um conjunto de atividades é fundamental para o profissional contemporâneo. Seja na atividade docente, empreendedorismo, consultoria, atividade interina, entre tantas novas formas de trabalho.
Protagonismo e ambidestria profissional andam juntos. Construir cenários de carreira e dedicar tempo na análise das melhorias incrementais e na busca do novo são atitudes decisivas na condução da carreira.