A anatomia das carreiras vencedoras: o alvo certeiro


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Artigo de Rafael Souto publicado na coluna Novas Conexões, na edição de 28 de abril do Valor Econômico:

Nos últimos dois artigos que escrevi nesta coluna, analisei aspectos que entendo estarem no núcleo das carreiras vencedoras. Em síntese, expliquei a lógica das decisões e a estrutura das carreiras que têm evolução positiva. Profissionais bem-sucedidos conseguem mensurar com mais qualidade os projetos nos quais se envolvem. Constroem ciclos de trabalho consistentes e sabem que trocar de trabalho sem deixar resultados pode ser fatal. Tendem a permanecer mais tempo nas empresas. São imunes ao troca-troca fácil de emprego, principalmente nas fases do mercado de trabalho com maior demanda.

Neste último texto sobre a anatomia das carreiras vencedoras, vou analisar outro ponto que observo nos profissionais de melhor evolução. O tema é a definição de uma área foco e a exploração de zonas próximas, as quais chamo de “Gap de oportunidade”.

O mercado de trabalho vem se transformando na carona do aumento da competição entre as empresas. Num mercado mais acirrado, os ganhos de produtividade são essenciais. Também é necessário tomar decisões mais complexas e com alto grau de impacto nos negócios. Para responder a demandas cada vez maiores, os contratantes buscam pessoas altamente especializadas. O professor Thomas Malone, da universidade americana do MIT, chama esse fenômeno de “hiperespecialização”.

Na prática, significa que em todos os níveis profissionais as empresas querem pessoas com conhecimentos profundos. Não há mais espaço para os generalistas. Conhecimentos superficiais não são aceitáveis. Se no início da era industrial essa especialização era restrita aos cargos mais básicos, hoje ela se estende para todas as posições numa empresa. O resultado disso pode ser observado no dia a dia das contratações.

Quando verificamos os requisitos das vagas em aberto no mercado, fica muito claro que as empresas querem profissionais altamente focados numa área. Quando me refiro a uma área, estou tratando de eixo funcional de carreira. São as grandes áreas presentes nas empresas, tais como: vendas, marketing, operações/industrial, recursos humanos, tecnologia de informação e administrativos/financeiro. Cada área dessas tem um enorme conjunto de conhecimentos. Na era da hiperespecialização não é viável ser profundo e ter mais de uma área foco.

Pode haver áreas específicas que não se encaixam nessa definição, mas são exceções. No geral, as atividades principais orbitam esse grupo de assuntos. Mais importante do que determinar quais são as áreas principais é termos clareza do conceito. Com a evolução dos negócios, os espaços para generalistas estão em extinção. O mercado está dominado e será cada vez mais marcado pelos especialistas.

Analisei 90 profissionais que atingiram posições de alta gestão. Em 85 deles, havia uma área bem definida. Apenas cinco executivos tinham múltiplas atividades sem um centro de excelência bem determinado. Na imensa maioria das carreiras vencedoras conseguimos perceber a área em que o profissional construiu sua trajetória. É evidente que um profissional pode ter passagens por outras áreas. Isso ajuda na compreensão do negócio e na visão sistêmica. Faz parte das exigências complementares ter uma boa visão das outras áreas. Porém, as pessoas com melhor evolução possuem uma área de destaque. A compreensão das outras atividades e setores de uma organização é valorizada, mas não é o elemento central. O foco é predominante no valor de uma carreira.

Além do foco bem definido, as carreiras de alta performance congregam outro aspecto. Exploram conhecimentos novos que são as tendências de sua área foco. Chamo essa capacidade de movimentação de “Gap de oportunidade”. Por exemplo, um profissional de marketing que busca novos conhecimentos no universo digital. Ele mantém o foco na área de marketing e explora o novo mercado porque observa a tendência. Toda a área tem uma zona de fronteira para ser explorada.

Esses movimentos são definidos com base na leitura do cenário da área. Os profissionais que sabem analisar esses caminhos e buscam o conhecimento surfam uma onda perfeita. Conseguem reunir foco numa área e diferenciação porque estão com os conhecimentos mais atualizados. Outro exemplo de Gap de oportunidade é a controladoria para profissionais da área contábil. Ou ainda, o chamado “people analitics” (análise de dados e estatísticas) para os profissionais de recursos humanos.

Como conclusão afirmo que o trinômio: foco numa área, visão sistêmica e Gap de oportunidade formam um conjunto de alta atratividade no mercado. Os profissionais que determinam uma área principal e reúnem conhecimentos de ponta terão mais chance de êxito nesse cada vez mais competitivo mercado de trabalho global.

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