7 novos hábitos para uma carreira de sucesso
Karine Prestes, Consultora de Carreira da Produtive, dá as dicas em matéria publicada na edição de setembro da revista Cosmopolitan:
Escrito por Rafaela Polo
1. Trabalhe menos
Se acredita que para alcançar o sucesso é preciso trabalhar 24 horas por dia, está errada. Esse comportamento é cada vez menos comum, já que os executivos preferem dar valor ao tempo de serviço em vez de passar 15 horas sentados em frente a um computador. “A qualidade do trabalho ser medida em quantidade de horas dedicadas a ele é um valor que está em xeque nos últimos cinco anos. É possível passar menos tempo no escritório e entregar resultados bons”, diz a especialista em coach de carreiras executivas Lucia Costa, da Stato, consultoria de movimentação de talentos, em São Paulo. É importante lembrar que a produtividade não está relacionada a horas trabalhadas, e sim à dedicação, à concentração e ao foco que se tem enquanto prepara uma reunião ou projeto — fora que, em vez de passar a imagem de dedicada, esse comportamento faz um alerta negativo de que não está conseguindo gerenciar seu tempo. “Trabalhar é importante, mas não é só isso. A gente se desenvolve tendo outras vivências e experiências fora da empresa”, diz a consultora de carreira Karine Prestes, da Produtive, em Porto Alegre. É, amiga, se a sua vida virou uma eterna hora extra, você precisa rever seus conceitos e se matricular naquela aula de dança que tem vontade de fazer há tempos.
2. Durma mais
Chegar à sua mesa às 8 da manhã, sair às 20 horas, voltar para casa e resolver problemas, jantar, ver Netflix, dormir depois da meia-noite, acordar às 6 da manhã… Pareceu a descrição da sua vida? A de muita gente é assim. O problema desse nível de ocupação é o sono. Nessa rotina, acabam sobrando poucas horas de descanso para sua cabeça se recuperar, e, nesse cenário, adeus, performance satisfatória. Ariana Huffington, presidente e editora-chefe do Huffington Post Media Group, teve esse estalo e lançou o livro The Sleep Revolution (“A revolução do sono”, em tradução livre), em que prega quemelhores noites de sono fazem de nós melhores profissionais. Ela está certa. “Do ponto de vista fisiológico, o cérebro precisa de, em média, seis horas e meia para completar o processo de restauração”, diz a coach de carreira e headhunter Luciana Tegon, de São Paulo. Ou seja, se você dorme pouco, descansa menos e não rende como deveria — fora aquele mau humor que bate quando não estamos 100%. “O sono traz um equilíbrio maior para as pessoas. Elas ficam menos suscetíveis ao stress e às pressões do dia a dia”, diz Lucia. Em um universo em que as empresas procuram profissionais que consigam ter o máximo de performance — ainda mais com o acúmulo de funções –, estar preparada (e relaxada!) é fundamental para seu sucesso e visibilidade.
3. Seu cargo não a define
Você é do tipo que não troca seu trabalho por nada ou aceitaria um cargo com salário maior em outra empresa sem pensar duas vezes? Diferentemente do que acontecia anos atrás, quando os profissionais eram fiéis a uma empresa, as novas gerações não têm laços tão fortes com seus empregadores. As reestruturações constantes balançaram a relação estável que as corporações tinham com o trabalhador. Logo, se achar no topo do mundo por causa de seu cargo — e tratar as pessoas como inferiores só por causa disso dentro do ambiente corporativo — é uma grande bobeira. “Não se iluda com rótulos como ‘gerente’ ou ‘diretora’. Eles não são títulos de nobreza. Você tem que se lembrar de que está vendendo seu serviço à empresa, pois ela precisa das competências que você tem”, diz Lucia. Obviamente que isso não significa que você deva desprezar sua função, afinal é o salário do mês que nos dá estabilidade para termos outras experiências na vida. “O ideal é focar no equilíbrio e no bom senso para conseguir rodar todos os pratos da vida”, diz Luciana. Lembre-se: você não é a Mariana analista sênior, você é a Mariana que curte praia, não perde um episódio de Scandal e não passa um fim de semana sem uma caipirinha — o trabalho é só mais um item do pacote.
4. Impressione seus colegas, não só o chefe
aquela história de que o mundo dá voltas? Um dia você está aqui, no mês que vem em outro lugar… E o mesmo pode acontecer com qualquer um. Por isso é primordial deixar claro sua ética, dedicação e esforço no trabalho a todos que a cercam — e não só aos superiores. “Quando os pares conhecem nosso trabalho, podem nos indicar para vagas em outras empresas caso troquem de corporação, já que sabem que trazemos bons resultados”, diz Luciana. Além disso, o melhor tipo de networking é aquele que acontece de forma genuína. “Temos que zelar por nossa reputação no mercado”, diz Karina. Outro fato importante sobre esse comportamento é que, apesar de o chefe ser o responsável por abrir portas e criar oportunidades de promoção, se dar bem com sua equipe é primordial para fazer o dia a dia dar certo. “As empresas têm cada vez menos fronteiras entre os cargos e áreas, portanto o profissional que consegue trabalhar em 360º tem uma vantagem competitiva grande no mercado e é muito valorizado”, diz Lucia. Moral da história: todo mundo precisa saber que você trabalha bem, desde os fornecedores até os clientes. Afinal, ninguém sabe o que nos aguarda amanhã. Já pensou que aquele seu ex-estagiário pode ser seu próximo chefe? Em tempos em que idade conta menos que talento, isso não é tão impossível assim de acontecer.
5. Está todo mundo ocupado
Sabe aquela amiga que usa a agenda lotada como status e que está sempre “muito ocupada” para fazer qualquer coisa? Ela está precisando ouvir um aviso: todo mundo está! “Além de fora de moda, ser esse tipo de profissional é um sinal de que essa pessoa não sabe gerenciar o tempo e que está inacessível para atender quem trabalha com ela — o que não é bom”, diz Lucia. É claro que cargos diferentes têm exigências diferentes, mas isso não significa que quem senta ao seu lado esteja sem tarefas. “Sabemos que hoje em dia as pessoas estão fazendo mais em menos tempo. Logo, estar ocupado não é um status de bom profissional”, diz Karine. Antes de chegar ao seu chefe e soltar um “Ah, você sabe como é minha agenda”, é bom saber que alguns gestores estão enxergando esse comportamento de forma negativa. Hora de reavaliar seus compromissos, priorizar atividades e aprender a hora de parar. Quando tudo é urgente, pode passar a imagem de que é você que não sabe se organizar.
6. Perfeccionismo é um defeito
Não encare esse item como uma desculpa para entregar suas tarefas malfeitas, e sim para olhar para elas de uma nova forma. Na porta do escritório do Facebook em São Paulo tem uma frase que explica bem esse movimento: “Melhor pronto do que perfeito”. Sim, vale mais entregar o trabalho em dia, com pequenas imperfeições, do que atrasar um projeto buscando um grau de excelência que nem sequer existe. “O perfeccionismo tem passado dos limites nos últimos anos e deixou de ser uma qualidade para se tornar um ponto de melhoria. Quem se apoia nele perde agilidade e capacidade de entrega”, diz Lucia. Se está se perguntando como apresentar algo que acha que não está bom, a gente explica: é claro que, qualquer que seja sua função, o resultado tem que ser o melhor possível, mas precisar de uns ajustes, que você tem a liberdade de fazer ao longo do caminho, não desvaloriza seu esforço. “Analise o que é adequado para a entrega e o que pode ser aprimorado aos poucos. O ótimo é inimigo do bom. Se tentar entregar tudo perfeito, não terá tempo para as outras tarefas”, diz Luciana.
7. As redes sociais não são inimigas da sua boa imagem
Seu perfil no Instagram e no Facebook pode funcionar a seu favor, mas é preciso saber como usá-lo. “Saiba diferenciar os objetivos de cada rede. No LinkedIn, é bom priorizar assuntos profissionais”, diz Karine. Entre a foto de uma festa e outra, vale mostrar tanto no Facebook quanto no Instagram, por exemplo, a última viagem que fez, um museu que visitou, o livro que está lendo, e transformar aquela legenda em uma dica para quem a segue. “Viajar, participar de eventos culturais e fazer cursos é um desenvolvimento de dentro pra fora. Quem está despontando mais hoje no mercado são aqueles profissionais que conseguem desenvolver habilidades comportamentais e sociais”, diz Karine. Mas não vale mentir, hein? “Não adianta colocar conteúdos sobre arte, por exemplo, se for propaganda enganosa. Aposte em posts de assuntos que realmente curte”, diz Lucia. Ou seja: nada de publicar que amou o último filme do Almodóvar quando nem sabe o título do último longa do diretor espanhol (dica: é Julieta).